O cineasta ucraniano Oleg Sentsov, preso na Rússia, encerrou a greve de fome iniciada há quatro meses, anunciou nesta sexta-feira à agência Interfax o diretor adjunto da administração penitenciária russa.
"Acabou com a greve de fome", declarou Vitali Maximenko, em referência a Sentsov. O cineasta é contrário à anexação da Crimeia pela Rússia e está na prisão por acusações de "terrorismo" e "contrabando de armas".
O advogado de Sentsov não foi localizado até o momento para confirmar a informação.
"Os melhores nutricionistas de Moscou prepararam um regime especial para o fim de sua greve de fome", completou, antes de afirmar que o cineasta "escolheu a vida".
Greve
Oleg Sentsov havia iniciado uma greve de fome em 14 de maio para exigir a libertação de todos os "prisioneiros políticos" ucranianos detidos na Rússia.
Detido na Crimeia depois da anexação da península pela Rússia em 2014, Sentsov foi condenado a 20 anos de prisão após um julgamento chamado de "stalinista" pela Anistia Internacional e denunciado por Kiev, União Europeia e Estados Unidos.
A última foto do cineasta, divulgada no sábado pelo serviço penitenciário russo, mostra um médico auscultando Sentsov. O cineasta de 42 anos, que tem 1,90 metro de altura, parece fragilizado e magro na imagem.
Apesar das declarações alarmistas de seus parentes sobre o estado de saúde, o Kremlin repetiu diversas vezes que um perdão presidencial só poderia ser concedido por pedido do prisioneiro, o que Sentsov se recusou a fazer.
Rússia e Ucrânia enfrentam uma crise desde a chegada ao poder em 2013-2014 de um governo pró-Ocidente em Kiev, seguido pela anexação da Crimeia e por uma guerra secessionista no leste ucraniano que deixou mais de 10.000 mortos.