Os juros futuros cederam significativamente nesta terça-feira, 1º de dezembro, após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar os dados do PIB do terceiro trimestre, que vieram bem piores que o esperado, levando analistas a cortarem as projeções para a economia brasileira neste ano e no próximo. A queda do dólar ante o real, acompanhando a tendência da moeda no exterior, também colaborou para a devolução de prêmios dos DIs, especialmente após a sequência de altas recentes.
Ao término da sessão regular na BM&FBovespa, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) para abril de 2016 (41.175 unidades negociadas) projetava taxa de 14,620%, ante 14,615% no ajuste da véspera. O DI para janeiro de 2017 (188.685 contratos negociados) indicava 15,74%, de 15,80% na véspera. O DI para janeiro de 2018 (86.270 contratos negociados) mostrava 16,06%, ante 16,18%. E o DI para janeiro de 2021 (121.770 contratos negociados) apontava 15,80%, de 15,95%.
O PIB recuou 1,7% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre deste ano, segundo o IBGE. A queda veio dentro do intervalo das estimativas coletadas pelo AE Projeções, de retração de 0,90% a 2,60%, mas foi mais intensa que a mediana das previsões (-1,30%). Na comparação com o terceiro trimestre de 2014, o PIB recuou 4,5%, também mais que a mediana de -4,21%
Com isso, algumas instituições já começam a revisar suas projeções para o PIB deste ano para contração de quase 4%. "O Banco Central subir juros em janeiro com o PIB caindo 4%, só se eles estiverem loucos", comentou um operador.
O recuo dos juros só não foi maior nesta terça em função do nervosismo político, com o Conselho de Ética na Câmara reunido para votar o parecer prévio de admissibilidade do processo disciplinar contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) Tentando desestimular os votos especialmente dos deputados petistas, Cunha vem ameaçando decidir sobre a abertura de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Apesar da queda dos juros, a curva ainda precifica aumentos da Selic a partir de janeiro, o que só deve ser atualizado com a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) na quinta-feira, 3.