A Boeing Co. está negociando uma venda de cem aviões para o Irã, informou um veículo estatal neste domingo (19). Essa venda tem potencial para girar bilhões e marcaria a primeira grande negociação de uma empresa americana com o país, após o acordo nuclear do ano passado.
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No entanto, barreiras regulatórias e sanções norte-americanas que permanecem válidas após o acordo nuclear podem complicar o negócio. Apesar dos esforços dos Estados Unidos de estimular o comércio com o Irã, muitas empresas americanas continuam preocupadas quanto às consequências legais e políticas de quaisquer acordos com a país.
A Boeing, que tem sede em Chicago, não quis abrir detalhes sobre as negociações.
Segundo um jornal iraniano estatal, o chefe da Organização da Aviação Civil do Irã, Ali Abedzadeh, teria dito que as negociações tiveram várias fases e os participantes do negócio ainda não chegaram a uma conclusão quanto aos termos finais e às cifras envolvidas.
"Os dois lados envolvidos, o Irã e a Boeing, chegaram a um acordo escrito para a compra de aviões da Boeing", teria dito Abedzadeh.
Fakher Daghestani, um porta-voz da Boeing em Dubai, Emirados Árabes Unidos, se recusou a responder quaisquer perguntas sobre os comentários de Abedzadeh. "Quaisquer acordos alcançados estarão condicionados à aprovação do governo dos EUA", disse Daghestani, num comunicado.
Empresas aéreas iranianas possuem em torno de 60 aviões da Boeing em serviço, mas a maioria foi adquirida antes da Revolução Islâmica de 1979, que levou os islamitas ao poder.
Foi inclusa no acordo nuclear do ano passado a aprovação para que os fabricantes de aviões entrassem no mercado iraniano. A companhia Iran Air já assinou acordos para comprar 118 aviões do consórcio europeu Airbus e outros 20 da fabricante francesa-italiana ATR.
O negócio da Airbus chegou a 22,8 bilhões euros (US$ 25 bilhões) Mas a Boeing tem tido cautela. Sanções norte-americanas não ligadas ao programa nuclear permanecem e legisladores norte-americanos alertaram a Boeing para que não fizesse negócios com o país, uma vez que o acordo nuclear permanece um tema em pauta, durante a atual disputa presidencial.