É o fim de uma era: o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou nesta sexta-feira (16) o fim da parceira que mantinha com o grupo americano de lanchonetes McDonald's, patrocinador dos Jogos Olímpicos desde a edição Montreal-1976.
O COI e o McDonald's "puseram fim de comum acordo a sua colaboração mundial", anunciou o COI em um comunicado, precisando, no entanto, que o grupo americano será ainda patrocinador nos Jogos de Inverno em Peyongchang, em 2018.
O grupo americano, patrocinador do movimento olímpico desde 1976, era um dos principais colaboradores do COI, junto a Bridgestone, Panasonic, Toyota, Alibaba e Omega.
"Estamos presentes nos Jogos Olímpicos há mais de 40 anos", explicou o McDonald's em seu site na internet. "Tudo começou em 1968, quando os atletas americanos, que sentiam falta de seu país, levaram um avião cheio de hambúrgueres até Grenoble em 1968 (para os Jogos de Inverno). Depois nos tornamos colaboradores oficiais em 1976".
O gigante do 'fast food' investiu centenas de milhões de dólares no movimento olímpico e esteve representado em todas as cidades olímpicas.
O programa mundial de patrocinadores TOP, criado em 1985, é gerido diretamente pelo COI.
"As condições econômicas do fim desta colaboração foram aceitas por todas as partes, mas os términos permanecem na confidenciabilidade", completou o COI.
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Compromissos de longa duração
O McDonald's havia prolongado em 2012 o vínculo com o COI até 2020.
O restante dos patrocinadores, que representam enorme parte das receitas do COI, assim como os direitos televisivos, assinaram compromissos a longo prazo.
É o caso da Coca Cola e General Electric, que assinaram vínculo até 2020. Bridgestone, Panasonic e Toyota se comprometeram até 2024, enquanto a união com a Alibaba vai até 2028 e a da Omega vai até 2032.
Apesar dessa desvinculação ter caráter imediato, o McDonald's ainda será o patrocinador dos próximos Jogos de Inverno de 2018 em Pyeongchang (Coreia do Sul), especialmente com seus restaurantes no Parque e na Vila Olímpicas.
Por ora, o COI não pensa em encontrar um substituto na categoria de colaboradores no setor de alimentos, segundo o comunicado.
"O nível de obesidade e de doenças relacionadas à alimentação no mundo é alarmante e, apesar disso não ser responsabilidade única do McDonald's, o grupo deve entender que sua colaboração é ilógica e até contraproducente", explicou à AFP Patrick Nally, especialista britânico em marketing esportivo.
Para Nally, O McDonald's "dispõe de muitos outros meios para se promover".
Com 3,5 bilhões de telespectadores em sua edição Rio-2016, os Jogos Olímpicos competem com a Copa do Mundo de futebol como eventos esportivos mais vistos do planeta.