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Catalunha gera 'preocupação máxima' de empresários e queda na Bolsa

Os grandes empresários da Catalunha expressaram, hoje (4), 'sua preocupação máxima' com a possível declaração de independência da região espanhola.

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Publicado em 04/10/2017 às 14:50
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Os grandes empresários da Catalunha expressaram, hoje (4), 'sua preocupação máxima' com a possível declaração de independência da região espanhola. - FOTO: Foto: AFP
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Os grandes empresários da Catalunha expressaram, nesta quarta-feira (4), "sua preocupação máxima" com a possível declaração de independência da região espanhola. Essa possibilidade derrubou a Bolsa de Madri abaixo dos 10.000 pontos.

O "Cercle d'Economia", Círculo da Economia, uma importante organização patronal catalã, compartilhou em um comunicado sua "preocupação máxima diante da possibilidade de uma declaração unilateral de independência".

"Esta declaração colocaria o país em uma situação extraordinariamente complexa e de consequências desconhecidas, mas, em qualquer caso, muito graves", alertou a organização que reúne diversos grandes empresários, como os presidentes do CaixaBank e do Banco de Sabadell, assim como da perfumaria Puig, proprietária de Nina Ricci e Jean-Paul Gaultier.

Ao mesmo tempo, a organização avaliou que "a violência vivida no dia 1º de outubro é inexplicável, não tem justificativa e deteriorou nosso marco de convivência", em referência aos ataques policiais aos centros de votação no dia do referendo proibido.

A tensão provoca "um notável dano à gestão dos assuntos correntes e à manutenção da recuperação econômica e do emprego", resume.

O presidente do Banco Sabadell, segundo maior da Catalunha, fez na terça-feira uma alusão velada à possibilidade de migrar com sua sede social para fora da região separatista, em caso de independência e de saída da União Europeia - algo que poderia lhe fazer perder sua fonte de financiamento, o Banco Central Europeu.

"Posso lhes garantir que o banco, se fosse necessário, tomaria as medidas suficientes, e que conta com os instrumentos adequados para proteger os interesses dos nossos clientes, no marco da União Europeia e do sistema de supervisão bancária europeia", disse Josep Oliu, durante a entrega de um prêmio da Fundación Sabadell.

"As decisões operacionais foram tomadas e sempre serão tomadas seguindo critérios econômicos, comerciais, ou regulatórios", completou.

Bolsa em queda

A empresa de biotecnologia catalã Oryzon anunciou nesta terça à noite a migração de sua sede social de Barcelona para Madri, e os investidores recompensaram esta decisão impulsionando suas ações. Os papéis tiveram uma alta de cerca de 20% nesta quarta. 

Essa não era, contudo, a tendência geral.

O principal índice da Bolsa de Madri, o Ibex-35, recuou 2,85% e ficou abaixo dos 10.000 pontos, a 9.964,9.

As ações dos dois bancos catalães foram particularmente afetadas: CaixaBank e Banco de Sabadell perderam 5,56% e 5,36%, respectivamente.

Os papéis do Santander, o principal banco espanhol, tiveram queda de 4%, e os do segundo, o BBVA, 3,61%, a 7,18 euros.

"A grave situação que está sendo vivida na Espanha por conta do desafio separatista catalão está levando os investidores internacionais a desfazerem negócios, tanto em renda fixa, como na Bolsa", resumiram analistas da Renta 4.

Apesar do quadro, o ministro de Economia espanhol, Luis Guindos, buscou passar uma mensagem tranquilizadora: "os bancos catalães são bancos espanhóis e europeus e não têm nada a temer".

"Estamos vivendo tempos de muito ruído, muita confusão, mas os dados atuais mostram que, por ora, a evolução da economia catalã é positiva", afirmou.

Região mais rica da Espanha, ao lado de Madri, a Catalunha se destaca pelo turismo e pela indústria exportadora e é responsável por 19% do PIB espanhol.

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