A China é o principal produtor mundial de aço e alumínio, mas seus parceiros comerciais lhe acusam de vender os metais a preços muitos baixos, o dumping, para se desfazer se deu enorme excedente de produção.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, acusou a China, nessa segunda-feira (12), de inundar o mercado mundial de alumínio e aço baratos, o que considera uma "concorrência desleal".
O gigante asiático também está no alvo do presidente americano Donald Trump, que anunciou tarifas aduaneiras pesadas sobre as importações desses dois metais.
A China produz cerca de metade do aço mundial (49,2% do total em 2017, segundo a World Steel Association, a federação internacional do setor), mas representa apenas 2% do aço importado pelos Estados Unidos.
As usinas siderúrgicas e metalúrgicas chinesas são, em sua maioria, companhias públicas com elevado nível de endividamento.
Em 2017, a produção de aço chinês voltou a crescer 5,7%, a 831,7 milhões de toneladas.
O excedente de produção chinesa fez o preço cair nos últimos anos, e seus parceiros comerciais, como Estados Unidos e União Europeia, entre outros, denunciam subvenções públicas ao setor.
Produção reduzida
A China reconhece que existe um problema, promete "medidas concretas" e garante ter reduzido sua capacidade de produção em 50 milhões de toneladas no ano passado.
Diante do 1,1 milhão de toneladas produzido em 2016, Pequim se comprometeu a reduzir esse volume em 150 milhões de toneladas entre 2016 e 2020, uma meta que poderia ser cumprida já neste ano, segundo as autoridades.
A redução da produção foi reforçada no âmbito de uma grande campanha contra a poluição.
As exportações chinesas de aço caíram 30,5%, a 75,4 milhões de toneladas, de acordo com autoridades chinesas, em parte devido à recuperação do consumo interno.
Em 2016, durante a cúpula do G20 em Hangzhou (leste da China), o governo se comprometeu a realizar um "fórum mundial" sobre o problema do aço, para avaliar os esforços dos estados na redução da oferta.
Na semana passada, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) pediu a este fórum que "acelere seus esforços". "Alguns governos continuam subsidiando (...) a siderurgia, exacerbando os desequilíbrios entre oferta e demanda", lamentou a organização, sem citar explicitamente a China.
O país também foi criticado por sua produção excessiva de alumínio, utilizado, entre outros, na indústria automobilística e aeronáutica. A China produz metade do alumínio do planeta.
Por ora, o governo chinês pediu às companhias de 28 grandes cidades do norte da China que reduzam em 30% sua produção de alumínio entre novembro e março, em meio à luta contra a poluição atmosférica. Mas outras fábricas continuam a abrir no país.;
Em janeiro e fevereiro deste ano, as exportações de alumínio chinês dispararam 26%, a 817 mil toneladas, segundo autoridades.