Os preços do petróleo recuam com força nesta sexta-feira (25), à medida que grandes produtores de petróleo, incluindo a Arábia Saudita e a Rússia, mostraram-se dispostos a injetar mais petróleo no mercado. Além disso, tensão geopolítica entre os EUA e Coreia do Norte pesam sobre a commodity.
Às 8h45 (de Brasília), o petróleo WTI para julho tinha baixa de 2,06%, a US$ 69,25 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), no menor nível em duas semanas e meia, enquanto o Brent para julho recuava 2,35%, a US$ 76,94 o barril, na ICE.
O ministro de petróleo da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, disse nesta sexta que começaria discussões em junho com outros membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e produtores externos, como a Rússia, para reduzir o corte na produção, informou a Bloomberg.
MOVIMENTO
O movimento vem em resposta aos preços que atingiram o maior nível em quase três anos e estão começando a atingir os bolsos dos consumidores. Falih, o chefe de fato da Opep, disse que a ansiedade do consumidor "é uma preocupação para nós".
"Você pode interpretar isso em sentido otimista", disse Bjarne Schieldrop, o principal analista de commodities da SEB Markets. "Colocar um pouco de óleo no mercado evitará que os preços do petróleo cheguem a US$ 100 no segundo semestre de 2018, o que é bom", acrescentou.
A Opep e alguns produtores externos, como a Rússia, estão envolvidos em um esforço desde 2016 para remover quase 2% da oferta mundial de petróleo bruto em uma tentativa de sustentar o valor do petróleo.
Analistas projetam que o mercado de petróleo entrará em um déficit na segunda parte deste ano e em 2019 de 500 mil barris e depois 300 mil barris diários, uma vez que a demanda supera a oferta.
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Especialistas alertam que grandes eventos geopolíticos também podem pesar no mercado. Ontem, o presidente dos EUA, Donald Trump, cancelou uma reunião para negociar com a Coreia do Norte o seu programa nuclear, e analistas alertam que o aumento das tensões entre Washington e Pyongyang pode pesar sobre o petróleo
"A demanda por petróleo pode sofrer se o conflito norte-coreano crescer novamente", disseram analistas do Commerzbank em nota. "Afinal, três dos cinco maiores países importadores de petróleo do mundo são encontrados na região: China, Japão e Coreia do Sul".
Turbulência no Oriente Médio e a imposição de sanções dos EUA contra o maior produtor de petróleo do Irã também apoiaram o petróleo bruto. Ainda assim, o plano do governo Trump deverá remover cerca de 500 mil barris por dia do mercado.
Mais tarde, nesta sexta-feira, será divulgado o número de poços e plataformas em atividade nos EUA pela Baker Hughes.