A União Europeia (UE) considera que, após quase 20 anos de negociações para um acordo de livre-comércio com o Mercosul, "o começo do fim está aí", indicou uma fonte europeia, na véspera de uma nova rodada de negociações em Montevidéu.
"Nunca estivemos tão perto. Agora, o começo do fim está aí", indicou a fonte, assinalando que "ainda resta trabalho em temas prioritários para os europeus, como os automóveis, os serviços marítimos, os laticínios e as indicações geográficas".
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai iniciaram em 1999 as negociações com a UE para fechar o acordo, que, após ficarem em ponto morto entre 2004 e 2010, ganharam impulso com a chegada de Donald Trump à Casa Branca, em 2017.
O objetivo inicial era fechar um acordo político no fim de 2017, mas as negociações emperraram no fim de abril, por não haver um consenso no setor automobilístico, fundamental para a UE, que busca um maior acesso de suas exportações neste setor ao bloco sul-americano.
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Indicações geográficas
Outro ponto difícil são as indicações geográficas: os nomes de determinados produtos, como queijos e vinhos, que tanto a UE (com 357 propostas) quanto o Mercosul (cerca de 250 nomes) buscam proteger no outro bloco.
No setor agrícola, chave para o Mercosul, a Comissão Europeia, que negocia em nome dos 28 países, "tem margem" para negociar as cotas para produtos agrícolas-chave para o Mercosul, como o açúcar ou etanol, acrescentou.
Apesar dos "menos de 50" pontos ainda a resolver neste acordo comercial, o mais importante já negociado pela UE, a fonte se mostrou otimista, mas alertou para a conveniência de que ele seja fechado antes de outubro, quando o Brasil realiza eleições presidenciais.