Venerado no Japão por salvar a Nissan da falência, Carlos Ghosn foi detido em Tóquio, nesta segunda-feira (19), por suspeita de malversação e sonegação fiscal, após uma investigação interna do fabricante de automóveis, que quer demiti-lo o mais rápido possível.
A notícia veio à tona no fim da tarde desta segunda em Tóquio, hora local. A imprensa japonesa anunciou que o CEO da Renault, que também dirige os conselhos de administração da Nissan e da Mitsubishi Motors, estava sendo ouvido pelo Ministério Público de Tóquio e acabou sendo detido.
O franco-líbano-brasileiro de 64 anos é suspeito de sonegação fiscal.
Na Bolsa de Paris, a ação da Renault caía mais de 12%. Em Tóquio, o mercado estava fechado quando os primeiros boatos surgiram.
Carlos Ghosn "declarou, durante anos, renda inferior ao montante real", afirmou a Nissan em um comunicado, de acordo com os resultados de uma investigação interna.
"Além disso, várias outras malversações foram descobertas, tais como a utilização de bens da empresa para fins pessoais", acrescenta o grupo, que vai propor ao conselho administrativo "demiti-lo de seu cargo rapidamente".
Outro executivo da Nissan, Greg Kelly, também está na berlinda, completou a Nissan.
Segundo a emissora de televisão pública NHK, a sede da Nissan em Yokohama, perto de Tóquio, foi alvo de uma operação de apreensão e busca à noite.