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Prêmio Nobel de Economia diz que real está valorizado e terá que baixar

Paul Krugman afirmou que a valorização do real não representa uma situação sustentável e que o Brasil deve continuar atraindo capitais

Da Agência Brasil
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Publicado em 18/04/2012 às 23:06
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SÃO PAULO - O prêmio Nobel de Economia em 2008, Paul Krugman, disse nesta quarta-feira (18) que o real está muito valorizado e que essa não é uma situação sustentável. “O real está muito alto e vai ter que cair”. Ele disse também que o Brasil deve continuar atraindo capitais por um longo período. "O Brasil está tentando desestimular esses fluxos de capitais. Acho que é a coisa correta a se fazer".

Krugman palestrou nesta quarta (18) para empresários brasileiros no Seminário Internacional sobre Pequenos Negócios do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em São Paulo.

O economista disse que o Fed (Banco Central norte-americano) não deve mudar sua política de injetar dólares na economia (para estimular o consumo). “Apesar de alguns esforços do governo brasileiro em tentar convencer a autoridade americana, isso não vai acontecer. O Fed está fazendo o que precisa fazer, não vai mudar sua política”.

Krugman também falou sobre a crise econômica mundial. “O mercado adora vocês [referindo-se a empresários brasileiros], mas na última década, os mercados amavam Espanha e Portugal e até a Grécia e a Irlanda. Eles estavam felizes demais para injetar dinheiro nessas economias”.

Apesar da comparação, Krugman ressaltou que a situação no Brasil é melhor do que a dos Estados Unidos. “O Brasil não está em crise, mas o meu país [Estados Unidos] está”. No entanto, ele disse que a situação não é desesperadora e está melhorando, cenário que considerou bem melhor do que está sendo enfrentado pelos países da Europa.

Segundo Krugman, uma das razões para a crise não ter atingido tão fortemente o Brasil quanto ocorreu nos Estados Unidos e na Europa se deve à cautela brasileira e à erros dos países ricos. “Houve muita complacência sobre os riscos e sobre dívidas nos Estados Unidos e na Europa porque não tínhamos tido crises e tínhamos esquecido que as coisas podiam dar muito errado. Aqui [no Brasil], as crises estão na memória e as pessoas ainda não se esqueceram de que as coisas podem dar muito errado”.

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