A Vale anunciou na manhã desta quarta-feira (1º) que concluiu a venda de 49% de sua participação no usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. A venda, no valor de R$ 305 milhões, foi feita à Cemig.
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O negócio integra o plano de "desinvestimento" da mineradora, em dificuldade por conta da queda recorde dos preços do minério de ferro no último ano. Segundo informou a empresa em nota, o negócio faz parte da estratégia de se desfazer de ativos que não sejam do chamado "core-busines" da companhia, ou seja, que façam parte da atividade fim da Vale que, no caso, é mineração.
Com a venda, a Vale reduziu de 9% para 4,59% sua fatia no capital na Norte Energia, consórcio criado para construir, operar e explorar a usina, planejada para gerar em média 4.571 megawatts de energia. No pico de vazão do Rio Xingu, onda a usina está em instalação, a hidrelétrica poderá gerar até 11.233 MW.
Belo Monte está desde junho de 2011 em construção. A previsão era de entrada em operação em fevereiro de 2015, mas a obra está atrasada.
Com a transação, a Cemig amplia sua fatia de 4,88% para 9,29%. Antes da operação, os acionistas da usina e suas respectivas participações no negócio eram: Eletrobrás (15%), Chesf (15%) e Eletronorte (19,98%), do grupo Eletrobrás; os fundos de pensão Petros (10%), da Petrobras, e Funcef (10%), da Caixa; as empresas Neoenergia (10%) e Cemig e Light, que dividiam em consórcio 9,77% de participação; e o grupo J.Malucelli (0,25%).
Segundo a Vale, a redução do capital não diminui o direito da mineradora de adquirir 9% da energia gerada por Belo Monte, conforme garante contrato de longo prazo firmado em 2012. A venda reduz, contudo, as garantias da Vale associadas à estrutura financeira do projeto.
O negócio foi anunciado em 19 de dezembro de 2013 e a transação foi concluída, segundo a Vale, "após a obtenção das aprovações legais e o cumprimento de todas as condições precedentes".