O segmento de higiene e beleza é um dos setores da indústria que não sabem o que é crise. Na contramão do cenário econômico, a estimativa é que esse mercado cresça surpreendentes 160% no Brasil, movimentando cerca de R$ 9 bilhões neste ano. Os números são do Sindicato dos Empregadores em Empresas e Profissionais Liberais em Estética e Cosmetologia do Estado de São Paulo (Sindestética) e revelam ainda que em 2014, quando o faturamento era da ordem de R$ 3,5 bilhões, a taxa de expansão da atividade girou em torno de 148%.
Especializada no segmento de cosméticos há 20 anos, a Hair Fly é uma das empresas do ramo que seguem em alta. A marca escolheu trocar o Rio de Janeiro por Pernambuco, ideia considerada ousada, já que o Sudeste concentra o maior mercado consumidor de cosméticos do País. Foi um passo grande, mas que permitiu que a empresa crescesse e conquistasse 65% da fatia desse mercado no Estado.
Para este ano, apesar das turbulências, a empresa pretende dobrar o faturamento em um ano e trocar o endereço da fábrica dos mais de 200 produtos que compõem seu portfólio.
O novo parque industrial da Hair Fly será instalado no Polo Farmacoquímico de Goiana, com oito mil metros quadrados e previsão para início de operação em 2017. Após o início das obras, o que deve ocorrer no ano que vem, a empresa já planeja ingressar em novos nichos de mercado, como o de esmaltes.
“O ganho operacional e de produtividade vai ser grande com o novo espaço. O mercado de cosméticos tem uma vulnerabilidade menor à volatilidade da economia. Mesmo diante de uma situação difícil, as pessoas não deixam de consumir xampus e outros itens básicos do nosso ramo”, explica o diretor-financeiro da Hair Fly, Lucas Sultanum, que aposta na vaidade dos brasileiros para continuar investindo.
“Nossos produtos já chegam a praticamente todas as regiões do Brasil, mas em alguns Estados, queremos ingressar mais fortemente. As redes sociais, o e-commerce e um olhar mais atento sobre as tendências do mercado são nosso segredo para que essa aposta dê certo”, afirma.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), que representa as indústrias de higiene e beleza, diz que, em dois anos, 30% do faturamento das marcas será resultado de inovações, o que mostra a tendência desse mercado de promover lançamentos constantes. Segundo a ABIHPEC, a utilização de tecnologia de ponta na produção dos produtos e o consequente aumento da produtividade, favorecendo os preços praticados pelo setor é um dos principais propulsores desse ramo. Além disso, a classe C atual passou a consumir produtos com maior valor agregado, ampliando as vendas.
“Para conquistar o sucesso no mercado de cosméticos, especialmente quando visamos o público da classe C, precisamos aliar custo-benefício com qualidade. Agora, o cliente que costumava consumir um produto com um valor agregado superior está buscando outro que traga os mesmos resultados mas com um preço inferior”, explica Lucas Sultanum, da Hair Fly.