O desemprego em alta e o crédito caro derrubaram as vendas do Dia das Mães, que é a principal data para o comércio do primeiro semestre. Dados preliminares apontam quedas entre 8,4% e 16,4%, um dos piores desempenhos dos últimos anos. Essa forte retração deve levar os lojistas, especialmente os de shoppings, onde estão concentradas as vendas de artigos de vestuário, a antecipar ainda mais as liquidações de inverno, uma prática que já vem ocorrendo nos últimos anos.
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Nas contas da Serasa Experian, as vendas no varejo por conta da data caíram 8,4% na semana entre 2 e 8 de maio em relação ao mesmo período de 2015, quando os negócios já tinham recuado 2,6% ante o ano anterior. Além de ser a segunda queda consecutiva, o desempenho deste ano foi o pior desde o início da série em 2003
O resultado do Dia das Mães só não foi pior do que o da Páscoa, quando as vendas encolheram 9,6%, segundo a Serasa Experian. "Quando se está num inverno de menos 40 graus C e a temperatura sobe para menos 35 graus C não dá para sentir a diferença", observa o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi. Embora a pesquisa não levante dados setorizados, ele acredita que as maiores retrações tenham ocorrido exatamente nas vendas de itens mais caros, como eletrônicos, que fecharam abril com retração de 14%.
Essa tendência é confirmada pelo indicador apurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC ) Brasil e pelo Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) que aponta retração de 16,4% nas consultas para vendas a prazo neste ano em relação às de 2015. Foi a terceira queda seguida e o pior desempenho desde o início da série do indicador que começou a ser apurado desde 2010. "Muita gente deixou de comprar produtos de valor mais alto e as vendas a prazo sofreram", diz a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Nabil Sahyoun, presidente da Associação de Lojistas de Shoppings (Alshop), diz que se as temperaturas se mantiverem elevadas e os estoques também, as promoções podem se intensificar em meados de junho. Nas contas da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), em parceria com a Fecomercio-SP, o varejo deixou de embolsar neste ano R$ 5 bilhões com o Dia das Mães. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.