CRISE DA INDÚSTRIA

Em dois anos, indústria naval corta 38 mil empregados

Dados do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) mostram que a indústria foi reduzida quase à metade em menos de dois anos

Estadão Conteúdo
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Publicado em 10/08/2016 às 8:45
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Dados do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) mostram que a indústria foi reduzida quase à metade em menos de dois anos - FOTO: Foto: Agência Petrobras
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A crise da indústria naval brasileiro pode ser medida pelo número de funcionários que o setor deixou de empregar. Dados do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) mostram que a indústria foi reduzida quase à metade em menos de dois anos. Ao fim de 2014, eram mais de 82 mil empregados; o total caiu para 43 mil em junho.

O cenário traçado pelo sindicato mostra que a indústria naval está voltando a ser o que era nos idos de 2009, não só pelo número de funcionários, mas também pelo perfil dos equipamentos produzidos no País.

"Fornecimentos de sondas de perfuração construídas no Brasil não estão mais na pauta", diz relatório. Porém, existe um mercado perene nos segmentos de reparo, apoio portuário (rebocadores portuários e navios de abastecimento), balsas, embarcações de transporte de passageiros e comboios para transporte fluvial de grãos, minérios, fertilizantes e combustíveis.

A crise do setor foi causada não só pelos escândalos de corrupção esmiuçados pela Lava Jato, mas também por um cenário internacional desafiador. Os preços do petróleo caíram drasticamente e a demanda mundial arrefeceu. Dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que a capacidade industrial dos estaleiros no mundo ficou ociosa. Em 2008, a capacidade estava tomada em 85%, caindo para 56% em 2014. Isso mostra que os estaleiros brasileiros que agora tentam se recuperar da derrocada da Sete Brasil terão forte concorrência para novos contratos. 

Além disso, a Petrobras está cancelando encomendas. De acordo com o Sinaval, existem indícios de que a estatal pode cancelar os dois últimos cascos que estão sob o contrato do estaleiro Rio Grande. Além disso, a Transpetro cancelou a encomenda de 17 navios, afetando sobretudo o estaleiro EAS. 

Em nota, a Petrobras informou que não há nenhum projeto de plataformas de produção de óleo previsto no seu Plano de Negócios e Gestão 2015-19 que tenha sido cancelado. Ela diz que foram renegociados contratos e adotadas medidas para a continuidade dos projetos. "A companhia informa que está em elaboração o seu novo plano de negócios, que será divulgado em breve." 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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