A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) está menos pessimista em suas projeções para o desempenho do varejo, por considerar que a recessão econômica está arrefecendo. "A percepção de que a crise vem lentamente perdendo força com suave desaceleração da inflação e da retomada gradual da confiança de consumidores e de empresários levou a CNC a revisar suas expectativas de queda do varejo restrito de -5,4% para -5,2% e do varejo ampliado de -9,8% para -9,4% ao final de 2016", diz em nota sobre a Pesquisa de Intenção do Consumo das Famílias, divulgada nesta segunda-feira (19).
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Em setembro a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) subiu 4,1% ante agosto, na maior alta mensal da série histórica iniciada em 2010. Em relação a setembro de 2015, entretanto, houve queda de 9,6%. A alta de setembro foi impulsionada pelo indicador de perspectiva de consumo nos próximos seis meses.
A assessora econômica da CNC, Juliana Serapio, acredita que o resultado é coerente, uma vez que não há elementos que justifiquem a melhora da percepção sobre o momento atual, mas os sinais de alívio nos preços e a perspectiva de que as taxas de juros possam ceder em 2017 explicam a melhora das expectativas. Outro ponto destacado pela economista é a recuperação da indústria nos últimos meses, que ajuda na perspectiva de geração de vagas no campo produtivo no médio prazo.
Apesar de reduzir a expectativa de queda do comércio, a CNC espera um ano difícil e o pior Natal desde 2012. "A confiança está se recuperando, mas estava em patamar muito baixo. O processo será lento até que o empresário volte a apostar no consumo das famílias, que deve perder força em relação ao anos em que os salários tinham maior poder de compra e o emprego situação mais favorável", diz.
Natal
Segundo a CNC, o Natal será pior tanto em termos de vendas quanto de geração de vagas temporárias. O volume vendido deve diminuir 3,5% em relação ao mesmo período de 2015, o equivalente à movimentação financeira de R$ 32,1 bilhões até dezembro. Como consequência, a demanda por funcionários temporários deve encolher: serão ofertadas 135 mil vagas, o equivalente a 2,4% menos postos de trabalho no comércio varejista do que o registrado em 2015.