No mês de setembro, quando os bancários entraram em greve, os financiamentos de veículos novos registraram queda de 14,8% em relação a agosto, de acordo com um levantamento divulgado na sexta-feira pela Cetip, que compila os dados das instituições financeiras. Na comparação com o mês de setembro do ano passado, o tombo foi ainda maior, de 27,2%.
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O crédito foi utilizado para a compra de 132.181 veículos zero-quilômetro, entre automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e motocicletas. Só os automóveis comerciais leves somaram 80.782 financiamentos, 52% do número total de unidades vendidas nessas duas categorias em setembro, considerando os dados da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Em agosto, a participação dos financiamentos no comércio total dos leves foi de 53%.
Com os resultados de setembro, o terceiro trimestre terminou com o financiamento de 431.698 unidades novas (em todas as categorias), queda de 25,3% sobre o volume alcançado em igual período do ano passado.
A baixa demanda deve-se principalmente ao aumento do desemprego, que reduz a renda e a confiança do consumidor, e à restrição do crédito por parte das instituições financeiras, que estão mais rigorosas para conceder crédito também para a aquisição de veículos.
Além disso, com a greve dos bancários, que começou no dia 6 de setembro e durou 31 dias, os financiamentos ficaram ainda mais escassos no mês.
Os financiamentos para veículos usados, por sua vez, caem em ritmo mais lento. Em setembro, foram 236.756 unidades novas financiadas, queda de 1,5% em comparação com igual mês do ano passado. A queda em relação a agosto foi mais intensa, de 9,1%. No terceiro trimestre, os financiamentos de usados somaram 735 372 unidades, retração de 1,2% sobre o resultado de igual período do ano passado.
Produção
Há duas semanas o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, afirmou que a greve dos bancários e a interrupção da produção na Volkswagen contribuíram para a queda no volume produzido em setembro. No mês, o número de unidades fabricadas chegou a 170 815, o menor para setembro desde 2003.
No caso da Volkswagen, uma das maiores montadoras em operação no Brasil, a produção foi suspensa em agosto e só foi retomada na metade de setembro, em meio a um imbróglio envolvendo uma empresa fornecedora de peças. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.