Após encarar um aumento na conta de energia elétrica em novembro, o consumidor pernambucano enfrenta agora a alta do preço do gás de cozinha (GLP, ou gás liquefeito de petróleo), que está pelo menos 4% mais caro desde ontem. O preço médio do botijão de gás de cozinha com 13 kg no Estado era de R$ 49,43, de acordo com cálculos baseados em informações da Agência Nacional de Petróleo (ANP). O aumento, portanto, é de aproximadamente R$ 2 por unidade para o consumidor, mas pode ser maior, já que não há regulação de preços mínimos e máximos praticados pelo setor.
O acréscimo é resultado de uma nova política de preços da Petrobras, que cobrará das distribuidoras de GLP o custo de uso da infraestrutura das refinarias para obter o produto final. Antes, esse valor era absorvido pela própria estatal.
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Na opinião do presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (Asmirg-BR), Alexandre Borjaili, a medida de encarecimento vai na contrapartida da oferta de valores mais baixos para a gasolina e para o diesel anunciados pela petroleira cerca de duas semanas atrás. “Nós, empresários, não conseguimos entender como a Petrobras baixa o preço do combustível e aumenta o do GLP. Vai ser um grande prejuízo para a gente e também para o consumidor, porque não tem jeito, os custos terão de ser repassados”, comenta. “Também consideramos um desrespeito a falta de comunicação deles com os distribuidores, porque não nos enviaram nem uma nota sobre o assunto”, completa.
Para as distribuidoras, o botijão de gás do tipo P13, utilizado em residências, ficou cerca de R$ 1,17 mais caro, enquanto o P20 e o P45,utilizados em condomínios, comércios e indústria, estão custando R$ 1,80 e R$ 4,05 a mais, respectivamente. “Apesar de parecer um aumento pequeno para os empresários, impacta muito o setor, que já é bastante comprometido, porque não existe uma regulação clara de preços e não há controle de abusos. Um botijão sai da Petrobras custando cerca de R$ 13, mas averiguamos que em localidades do Norte e Centro-Oeste, eles podem ser revendidos por até R$ 90. Então, quem controla esses abusos?”, questiona.
Vendas ilegais também preocupam quem trabalha com a venda direta para o consumidor final. “Se o preço subir muito, ninguém vai comprar. Então apesar desse aumento, a gente está tentando não repassar para o consumidor por enquanto. Até porque, aqui no bairro, existem muitas pessoas que vendem o gás de cozinha contrabandeado. Aumentar o valor é favorecer esse mercado”, afirma Shayanne da Silva, funcionária da Recife Gás, revendedora localizada nas imediações de Joana Bezerra.
Em nota, a Petrobras defende que os repasses para distribuidoras não vão ultrapassar R$ 0,20 no preço do produto para distribuidoras e que os contratos com as revendedoras refletem mudanças na composição de preços de logística.