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Sem desalento, desemprego seria de 12,4%, afirma Ipea

O fenômeno consiste na desistência de pessoas de buscarem uma vaga por acreditarem que não conseguiriam emprego

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Publicado em 20/12/2016 às 9:32
Foto: Camila Domingues/ Palácio Piratini
O fenômeno consiste na desistência de pessoas de buscarem uma vaga por acreditarem que não conseguiriam emprego - FOTO: Foto: Camila Domingues/ Palácio Piratini
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O aumento no desalento evitou que o mercado de trabalho apresentasse resultados ainda mais negativos, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O fenômeno, que consiste na desistência de pessoas de buscarem uma vaga por acreditarem que não conseguiriam emprego, ajudou a reduzir a taxa de participação dos brasileiros no mercado de trabalho.

Caso contrário, a taxa de desemprego teria ficado em 12,4% no terceiro trimestre, em vez dos 11,8% registrados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Porcentual de pessoas em idade de trabalhar

A taxa de participação, que indica o porcentual de pessoas em idade de trabalhar que está de fato no mercado de trabalho, caiu de 61,6% no segundo trimestre para 61,2% no terceiro trimestre, indicando um aumento do desalento. Se a taxa de participação tivesse se mantido no mesmo nível de um ano antes, de 61,4% no terceiro trimestre de 2015, a taxa de desemprego seria de 12,4%, estimaram os pesquisadores Sandro Sacchet de Carvalho e José Ronaldo de Castro Souza Júnior, na Carta de Conjuntura do Ipea.

O estudo lembrou ainda que a taxa de desemprego vinha de certa forma sendo contida por causa da migração de trabalhadores demitidos do setor privado para o trabalho por conta própria. Mas a tendência já mostrou reversão no terceiro trimestre, quando houve redução de 1,069 milhão de pessoas nessa condição em relação ao segundo trimestre do ano.

"O trabalho por conta própria, que estava sendo uma alternativa de renda para esses trabalhadores, parece que já não está sustentando mais", disse Souza Júnior, coordenador do Grupo de Estudos de Conjuntura do Ipea.

Tendo esgotado as opções de trabalho, parte expressiva dessa população teria migrado para a inatividade. Na passagem do segundo trimestre para o terceiro trimestre do ano, 11,84% dos trabalhadores por conta própria migraram para a inatividade, informou o Ipea. 

"Não necessariamente todos que deixam o trabalho por conta própria o fazem por desalento. Eles deixaram de procurar emprego Mas obviamente que a gente imagina que boa parte dessas pessoas possa ser de desalentados", explicou Souza Júnior. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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