Empresas do Porto Digital, centro tecnológico que abriga companhias como a Microsoft e prestadoras de serviços públicos, podem ter os serviços paralisados a partir da próxima segunda-feira (23). O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Informática, Processamento de Dados e Tecnologia da Informação de Pernambuco (SINDPD-PE), que representa a categoria, rejeitou a proposta de reajuste salarial oferecida pelo patronato durante assembleia realizada na noite desta terça-feira (17), na Avenida Rio Branco, bairro do Recife, e prometeu paralisar as atividades.
Cerca de 14 mil profissionais atuam nesse setor no Estado, cinco mil só no Porto Digital. A presidente do SINDPD, Sheyla Lima, afirmou que a categoria vem tentando negociações desde setembro do ano passado, sem atingir decisões consensuais.
Leia Também
- Escola de Referência do Porto Digital é ocupada contra PEC do Teto
- Porto Digital está no radar de Taiwan para ampliar parcerias
- Ricardo Costa lança programa de governo peemedebista com versão do Porto Digital
- Porto Digital cria laboratório com foco no bem-estar de áreas públicas
- Um mês de gratuidade para o Carro Leve do Porto Digital
- Porto Digital promove cursos e palestras para diversas áreas
- Fiat Chrysler inaugura centro de software no Porto Digital
"Estamos abertos para discutir essa questão. Já entramos com um pedido de negociação junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e estamos aguardando que o Ministério marque a audiência para solucionarmos o impasse. O setor de TI é um dos que mais fatura e precisamos de todo esse movimento para garantir um direito. São profissionais de empresas importantes, uma greve no nosso setor pode provocar um abalo grande", afirmou a presidente do sindicato.
Os trabalhadores de TI, que pediam ganho real de 3%, aceitaram receber apenas a reposição da inflação. Eles, contudo, também cobram o retroativo do reajuste e a correção de benefícios trabalhistas como o tíquete alimentação. Já o Sindicato de Processamento de Dados de Pernambuco (Seprope), que representa as empresas do setor, diz que só corrigirá o salário e em três parcelas. O retroativo seria pago em abono salarial de 10%. O principal impasse é a recusa por parte do patronato em pagar o reajuste de forma retroativa e a não concessão do reajuste sobre cláusulas não salariais, como auxílio saúde, auxílio creche e tíquete alimentação.
Proposta
A proposta do patronato prevê um reajuste salarial de 8,57 (índice da inflação), pago da seguinte forma: 3% em janeiro/2017; 3% em março/2017; 2,57% em junho/2017 e o pagamento de um abono de 5% em fevereiro/2017 e 5% em março/2017. Os trabalhadores reivindicam o mesmo reajuste, com o pagamento da retroatividade a setembro/2016, seguindo o seguinte calendário: 3% em janeiro/2017; 3% em março/2017 e 2,57% em maio/2017. Além disso, a categoria pede o reajuste nas demais cláusulas de impacto financeiro.