A confiança do consumidor subiu 2,5 pontos em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal, informou na manhã desta quarta-feira (22), a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ficou em 81,8 pontos, o maior nível desde dezembro de 2014, quando estava em 86,4 pontos.
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"A segunda alta consecutiva neste ano parece estar relacionada à aceleração do ajuste orçamentário das famílias propiciado pela desaceleração da inflação e aceleração no ritmo de queda dos juros básicos da economia. A velocidade dessa melhora tem sido heterogênea entre as diferentes classes de renda: consumidores com maior poder aquisitivo são os que se mostram efetivamente mais satisfeitos com a situação financeira no momento e otimistas em relação aos próximos meses. Uma recuperação mais espalhada e sustentável continuará dependendo de notícias favoráveis sobre o mercado de trabalho, que ainda não vieram", avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora da Sondagem do Consumidor no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Índice da Situação Atual (ISA) avançou 2,2 pontos em fevereiro, para 70,3 pontos, o maior nível desde agosto de 2015. O Índice de Expectativas (IE) aumentou de 88,1 pontos em janeiro para 90,6 pontos em fevereiro, o maior patamar desde outubro de 2014.
Indicador de satisfação do consumidor em relação à situação financeira familiar
O indicador de satisfação do consumidor em relação à situação financeira familiar atual subiu 4,0 pontos em relação a janeiro, para 65,6 pontos. O quesito que mede o ímpeto para compras de bens duráveis nos próximos meses foi o que mais contribuiu para o aumento da confiança no mês: o indicador de intenção de compras passou de 69,4 pontos em janeiro para 73,3 pontos em fevereiro, o maior nível desde maio de 2015.
No entanto, a melhora ficou mais concentrada na faixa de consumidores mais ricos. A classe de renda mais baixa devolveu em fevereiro uma parcela relevante dos ganhos de janeiro. "Esta dispersão de resultados pode estar sendo influenciada pela incerteza em relação à situação financeira futura em um cenário em que o mercado de trabalho continua se deteriorando", ressaltou a FGV.
A confiança dos consumidores com maior poder aquisitivo, que recebem acima de R$ 9.600,00 por mês, atingiu 87,1 pontos, o maior nível desde outubro de 2014. A Sondagem do Consumidor coletou informações de mais de dois mil domicílios em sete capitais, com entrevistas entre os dias 1 e 20 de fevereiro.