A partir do dia 30 de abril, bares e restaurantes não poderão vender guaiamum macho. A proibição está nas Portarias 445/2014 e 395/2016 do Ministério do Meio Ambiente (MMA), por causa do nível crítico de ameaça de extinção. Com isso, a iguaria sairá dos cardápios definitivamente.
Atualmente, apenas os empreendimentos que declararam estoque até 6 de março do ano passado estão comercializando. Desde o dia 1º de março deste ano, o MMA não admite mais a captura, o desembarque e a comercialização.
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A venda da fêmea é vedada há mais de oito anos, com o objetivo de garantir a preservação do animal. Após a publicação da portaria 445, em 2014, a Justiça suspendeu a implantação da norma duas vezes. Em 2016, uma nova portaria (395/2016) trouxe os prazos finais, após a disputa judicial.
Com a proximidade da data final, donos de bares e restaurantes pensam em estratégias para o futuro. O Guaiamum Gigante costumava comprar até 5 mil animais por mês para atender à demanda. Hoje, possui estoque com cerca de 200.
“Desde o ano passado, temos trabalhado em cima do caranguejo. Antes, costumávamos comprar 1.200 por semana. Hoje, são 2 mil. Ficamos atento ao período de defeso e trabalhamos de acordo com as normas do Ibama”, comenta o empresário da rede Cristiano Falcão. O guaiamum, no restaurante, custa entre R$ 8 e R$ 20. Já o caranguejo sai por R$ 1,99 em algumas promoções. O nome da rede continuará o mesmo, por causa da tradição.
O dono do Ilha do Guaiamum, em Boa Viagem, José Inácio, também pensa em investir no caranguejo. “Vamos respeitar a lei. Penso em apostar no caranguejo. Sobre o nome do restaurante, pensarei nisso depois do dia 30 de abril”, diz.
A partir dessa data, o Insttuto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) vai intensificar as fiscalizações. Quem for flagrado com guaiamum após o dia 30 de abril deverá pagar multa no valor de R$ 5 mil por indivíduo. Se for comprovada a venda, o valor passa a ser de R$ 10 mil.