O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, reafirmou o temor com a queda nas exportações brasileiras do setor de proteína animal por causa dos efeitos da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. Nesa segunda-feira (27) o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) informou que a exportação média diária de carne recuou 19% na quarta semana de março (20 a 26) ante a média das três primeiras semanas do mês. "Acho que teremos problemas, porque nossa imagem foi muito atacada", disse. "Nossos concorrentes aproveitam momentos de fragilidade para ganhar mercado e minha sugestão é de que as empresas procurem seus parceiros comerciais", emendou o ministro.
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Maggi citou como exemplo um dos frigoríficos investigados que tinha produtos com data vencida e, apesar de admitir os problemas com a imagem do setor, espera uma recuperação nas exportações, já que houve efetiva interrupção de abate em só uma unidade. "Espero sinceramente que algum dia teremos exportação maior do que o normal, porque tinha muito produto nos portos para embarcar", explicou. Maggi afirmou ainda que o primeiro momento é o restabelecimento das exportações e que a briga para reconquistar confiança externa e dos consumidores será em uma segunda fase.
Meta de expansão do Brasil no mercado mundial de carne foi afetada
A reação dos mercados consumidores internacionais às revelações da operação Carne Fraca, da Polícia Federal, vai afetar o trabalho de aumento da participação do Brasil no mercado internacional de alimentos, disse o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em reunião do Conselho de Agronegócio da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A informação foi divulgada na tarde desta segunda-feira (27) pela assessoria de imprensa do ministério.
De acordo com a pasta, o ministro informou aos conselheiros da CNI que o objetivo era elevar a fatia brasileira no mercado de alimentos dos atuais 7% para 10%. No entanto, o trabalho foi prejudicado pela operação. "O fato de conseguirmos manter o mercado aberto não significa que teremos o mesmo volume de vendas", comentou o ministro. Ele acrescentou que, sem um trabalho intenso, o risco é perder mercado.
O ministro esclareceu que a China e a União Europeia permanecem com muitas dúvidas sobre os controles sanitários brasileiros. Essas perguntas têm sido respondidas pelo ministério, informou Maggi. A China, que havia suspendido o desembaraço das cargas de carne brasileira, retomou as importações hoje. A União Europeia mantém restrição à compra de produtos dos 21 frigoríficos investigados. Desde o início da crise, o governo suspendeu a emissão de licenças de exportação para esses estabelecimentos.
Na reunião da CNI, o ministro disse que governo e associações do setor de carne terão de viajar para os principais mercados, para reafirmar a qualidade dos produtos brasileiros.