Em meio às últimas mudanças no texto da reforma da Previdência, que deverá ser apresentado na comissão especial da Câmara dos Deputados na próxima semana, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou ao Estado confiar no calendário do governo, e ressaltou que a aprovação da reforma é fundamental para a retomada da economia. "A reforma da Previdência já esta há muito tempo precificada pelo mercado e sua aprovação é fundamental para a conclusão do ajuste fiscal", disse.
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Padilha não quis comentar o impacto da divulgação das delações dos executivos da Odebrecht - que culminaram com pedido de abertura de inquérito contra diversos políticos, incluindo ele mesmo - e disse que o presidente Michel Temer já havia manifestado a opinião do governo, ao destacar a independência dos poderes e reforçar que o País não pode parar.
O ministro, que tem coordenado o grupo técnico do trabalho sobre a reforma da Previdência, destacou que, sem a reforma, não será possível melhorar a economia. "A retomada da economia está diretamente relacionada com sua aprovação".
Embora alguns deputados da própria base tenham demonstrado ressalvas em relação à proposta, Padilha disse que o trabalho de convencimento está sendo feito "homem a homem" e demonstrou otimismo. O ministro ressaltou que há argumentos sólidos para que a classe política mostre ao seu eleitorado a necessidade da aprovação da reforma. "Os políticos que forem autores da reforma da Previdência terão mais acesso aos eleitores como alguém que garantiu o pagamento para os aposentados", disse.
O relatório do deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) será apresentado aos parlamentares da base aliada na próxima terça-feira, em um café da manhã com Temer. Depois da exposição aos apoiadores do governo, a previsão é que Oliveira Maia faça a leitura do texto na comissão a partir das 11 horas.
A realização de um jantar para cerca de 400 pessoas no Palácio do Alvorada chegou a ser cogitada, mas a ideia foi abandonada porque muitos deputados já tinham passagem marcada, por causa do feriado da Páscoa, e não conseguiriam chegar a tempo do evento. De acordo com auxiliares de Temer, o jantar deve ficar para a véspera da votação do texto na Câmara.
Bancada feminina
Na próxima segunda-feira (17), a expectativa é que o relator tenha um encontro com a bancada feminina, que ainda batalha para conquistar uma idade mínima menor que os 65 anos. A ideia das deputadas é conseguir que o governo aceite uma idade entre 60 e 62 para elas. Oliveira Maia, no entanto, tem garantido que pretende manter a equiparação entre os gêneros. A justificativa, segundo eles, é que as mulheres vivem mais do que os homens.