Declaração rima com restituição. Por isso, mal terminou o prazo da prestação de contas com a Receita Federal e os contribuintes já estão de olho no calendário divulgado pela instituição, que devolverá os valores do Imposto de Renda pago a mais pelos brasileiros em 2016. Mas com as contas apertadas e os lotes programados entre os meses de junho e dezembro, vale a pena antecipar a restituição via empréstimo bancário?
Depende. Primeiro, o contribuinte precisa ter certeza de que sua declaração não caiu na malha fina. Quando as informações cedidas não batem com o cruzamento de dados efetuado pelo Fisco, o valor da restituição fica retido e o prazo para devolução do imposto leva muito mais tempo – ou pode até não acontecer, caso a Receita conclua não haver imposto para restituir.
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Se estiver tudo em dia, os especialistas defendem que a tomada de empréstimo tendo como garantia o IR vale a pena apenas para o pagamento de dívidas com juros muito altos, a exemplo do rotativo do cartão de crédito, cheque especial e bens onerosos (carro e/ou imóvel, por exemplo). Essa é a opinião do analista financeiro e coordenador do Cedepe Business School, Tiago Monteiro.
“Antes de tomar o empréstimo, é preciso analisar bem as taxas de juros oferecidas pelo mercado e comparar com as cobradas pelas dívidas atuais. Se forem menores, vale trocar. No caso de cheque especial e rotativo do crédito, com certeza é melhor”, aponta. Confira as taxas oferecidas por cada banco na arte ao lado.
É importante lembrar que a restituição do Imposto de Renda é corrigida pela taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 11,25%. Se o dinheiro vier nos últimos lotes, terá maior rendimento – o que pode compensar a demora.
Outro cuidado para pedir o empréstimo é de não se ater apenas aos juros. Além do valor emprestado, os bancos também embutem taxas e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). “A pessoa precisa saber quanto a dívida irá custar ao todo. E o banco tem obrigação de ser transparente”, diz a economista Amanda Aires.
Linhas de crédito
Apesar do crédito levar em conta a restituição, o consumidor também deve lembrar que podem existir linhas de crédito mais vantajosas com pagamentos parcelados e que não utilizem necessariamente o dinheiro do IR. Com a pesquisa necessária, o empréstimo pode ser bem-vindo. O que não vale é o crédito extra para ter acesso a novos bens de consumo além do orçamento.