O Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br) subiu 9,3 pontos na passagem de abril para maio, alcançando 128,1 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na manhã desta terça-feira, 30.
"A elevação de incerteza da economia em maio inverte a tendência de queda do indicador, que vinha ocorrendo nos meses anteriores. Essa mudança de trajetória pode ser creditada quase que totalmente à crise política deflagrada pela divulgação da gravação de conversa do presidente Michel Temer com o empresário Joesley Batista, ou seja, incerteza política gerando incerteza econômica. A ligação direta entre incerteza política e econômica neste caso deve-se, em grande parte, à conexão que especialistas e a mídia econômica fazem entre a estabilização da economia e a aprovação de reformas, principalmente a previdenciária", avaliou o economista Pedro Costa Ferreira, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV) em nota.
O índice mensal passou a integrar o calendário de divulgações de indicadores econômicos do Ibre/FGV no fim de 2016. O IIE-Br é composto por três componentes: o IIE-Br Mídia, que faz o mapeamento nos principais jornais a frequência de notícias com menção à incerteza; o IIE-Br Expectativa, que é construído a partir das dispersões das previsões para a taxa de câmbio e para o IPCA; e o IIE-Br Mercado, baseado na volatilidade do mercado financeiro.
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Em maio, houve aumento nos componentes Mídia e Mercado. A maior influência foi do IIE-Br Mídia, com alta de 8,5 pontos e contribuição de 7,6 pontos para a evolução do IIE-Br no mês. Já o IIE-Br Mercado cresceu 14,9 pontos, contribuindo com 1,9 ponto para o crescimento do indicador agregado de incerteza.
O IIE-Br Expectativa foi o único componente a apresentar queda, de 0,8 ponto, e impacto de -0,2 ponto ao IIE-Br. A coleta do Indicador de Incerteza da Economia Brasileira é realizada entre o dia 26 do mês anterior ao dia 25 do mês de referência.