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Investimento Direto no País é o menor para maio desde 2009, diz BC

Olhando com mais detalhes, a grande diferença em maio para os demais meses de 2017 foi a ausência de grandes operações, disse Fernando Rocha

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Publicado em 27/06/2017 às 14:00
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Olhando com mais detalhes, a grande diferença em maio para os demais meses de 2017 foi a ausência de grandes operações, disse Fernando Rocha - FOTO: Foto: Agência Brasil
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O chefe-adjunto do departamento econômico do Banco Central, Fernando Rocha, destacou nesta terça-feira (27) que o ingresso de US$ 2,926 bilhões em Investimentos Diretos no País (IDP) em maio foi o menor resultado para o mês desde 2009.

"Olhando com mais detalhes, a grande diferença em maio para os demais meses de 2017 foi a ausência de grandes operações - acima de US$ 500 milhões ou US$ 1 bilhão - no mês passado", afirmou. "Mas os ingressos de IDP continuam acontecendo, com diversidade de setores e de países e origem", argumentou.

Rocha adiantou que, em junho, até o dia 23, a entrada de IDP chega a US$ 1,4 bilhão. Com isso a estimativa do BC para a entrada de investimentos diretos neste mês é de US$ 2,5 bilhões. "A projeção considera o fluxo atual, mas sempre pode haver uma operação maior. Mas em maio e junho não foi detectada nenhuma operação de grande porte", completou.

Segundo ele, a falta de grandes operações nestes dois meses ainda não representa uma tendência para o segundo semestre. Por isso, a projeção de ingressos de US$ 75 bilhões em IDP no ano foi mantida pelo BC. "Ainda não temos elementos para dizer se investidores estrangeiros estão esperando a crise política passar. Essas decisões de investimentos miram no longo prazo, olhando para anos à frente", acrescentou.

Além disso, lembrou Rocha, em maio as taxas de rolagem chegaram a 145%, superando em quase 50% a necessidade de amortização do mês. "Esses empréstimos ou emissões de títulos vêm crescendo nos últimos meses", completou.

Oscilação em portfólio

O chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central avaliou que o fato da economia que estar em processo de estabilização - com crescimento do PIB no 1º trimestre - faz com que o fluxo de investimentos em portfólio, como ações e títulos de renda fixa, oscilem entre entrada e saídas líquidas.

"Essa oscilação parece própria de uma economia estabilizada, com investidores tanto querendo sair como querendo entrar. Neste cenário, a melhor projeção do BC para estas contas é projetá-las estáveis, oscilando em torno de zero", afirmou.

Em junho, até o dia 23, há saída de US$ 1,376 bilhão em ações e uma saída de US$ 1,589 bilhão em títulos de renda fixa negociados no mercado doméstico.

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