JUROS FUTUROS

Taxas futuras de juros fecham em alta com exterior e cenário político

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro para janeiro de 2018 (217.240 contratos) fechou a 8,985%

Estadão Conteúdo
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Publicado em 27/06/2017 às 18:00
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro para janeiro de 2018 (217.240 contratos) fechou a 8,985% - FOTO: Foto: Marcos Santos/USP Imagens
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Os juros futuros consolidaram no fechamento da sessão regular o movimento de alta visto desde a manhã desta terça-feira (27) em meio à redução do apetite pelo risco no exterior e à cautela com o cenário político, após a apresentação da denúncia contra o presidente Michel Temer na segunda-feira (26) pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Estes fatores pesaram principalmente na parte longa da curva a termo.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 (217.240 contratos) fechou a 8,985%, de 8,960% no ajuste de segunda-feira (26). A taxa do DI janeiro de 2019 (369.535 contratos) subiu de 8,96% para 8,99%. O DI para janeiro de 2021 (280.880 contratos) fechou com taxa de 10,25%, de 10,18% no ajuste de segunda, e a do DI janeiro de 2023 (44.345 contratos) avançou de 10,64% para 10,76%.

Para profissionais nas mesas de renda fixa, o exterior teve um peso nesta terça (27) um pouco maior no comportamento das taxas do que o noticiário político, uma vez que consideram que a denúncia contra Temer não trouxe "fatos novos" e já estava em boa medida precificada. De todo modo, não deixa de ser um risco adicional para o cenário de reformas, que já está complicado.

"Até houve uma certa reação, embora não tenhamos visto nada de novo na denúncia. O mercado estava esperando isso há duas semanas e a própria tese do fatiamento já tinha saído na imprensa", disse a gestora de renda fixa da Mongeral Aegon Investimentos, Patricia Pereira.

Lá fora, os juros dos Treasuries estão em alta forte desde o início dos negócios, assim como o dólar ganhou força ante as moedas emergentes, tendo como gatilho declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, logo cedo. Ele afirmou que o crescimento da zona do euro está acima da tendência e ocorre de forma bem distribuída.

Este movimento, segundo o dirigente, vai fazer com que a inflação não desvie da tendência a médio prazo, apesar de sinais de enfraquecimento dos últimos meses.

À tarde, o adiamento da votação do projeto dos senadores republicanos de reforma no sistema de saúde dos Estados Unidos adicionou pressão aos ativos. Às 16h35, a taxa da T-note de dez anos projetava 2,200%.

De volta ao front doméstico, em pronunciamento em sua defesa nesta tarde, o presidente Temer desqualificou a denúncia, que chamou de "ficção". "Onde estão as provas concretas de recebimento desses valores? Inexistem", afirmou. "Percebo que reinventaram o código penal e uma nova categoria: a denúncia por ilação", completou.

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