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Confiança da indústria cai 2,8 pontos em junho, aponta FGV

Para especialistas, queda da confiança da indústria se deve à crise política instaurada após delação da JBS

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Publicado em 28/06/2017 às 9:26
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Para especialistas, queda da confiança da indústria se deve à crise política instaurada após delação da JBS - FOTO: Foto: Agência Brasil
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O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 2,8 pontos em junho ante maio, alcançando 89,5 pontos, o menor nível desde fevereiro de 2016 (87,8 pontos), informou nesta quarta-feira, 28, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Na métrica de médias móveis trimestrais, o índice registrou a primeira queda do ano ao declinar 0,4 ponto, atingindo 91 pontos.

Na avaliação da coordenadora da Sondagem da Indústria, Tabi Thuler Santos, a retração na confiança da atividade está relacionada à crise política deflagrada com a delação da JBS. "Após alcançar, no mês passado, o maior patamar desde o início da recessão, em 2014, a confiança da indústria voltou a ceder em junho. As expectativas, que têm sido protagonistas na dinâmica da confiança, foram atingidas com o aumento da incerteza após a deflagração da nova crise política, em maio."

O Índice de Expectativas (IE) caiu 3,6 pontos, para 92,1 pontos, com a principal influência das perspectivas com o total de pessoal ocupado nos três meses seguintes, que cedeu 7 pontos, atingindo 85,6 pontos. A proporção de empresas que prevê aumento de funcionários caiu, de 13,9% para 9,3%, enquanto a fatia que espera reduzir o número de empregados subiu, de 16,1% para 20,9%

Mas a FGV destacou que a queda na confiança em junho foi espalhada por 13 dos 19 segmentos e atingiu também as percepções sobre o momento corrente. O Índice da Situação Atual (ISA) recuou 2,0 pontos, para 87,0 pontos. "A Sondagem sinaliza, ainda, a interrupção do processo de ajuste dos estoques industriais e a favorável contribuição do mercado externo para o desempenho do setor nos últimos meses", completa Tabi.

As avaliações piores sobre o nível de estoques foram a principal contribuição para o recuo do ISA. Houve aumento da parcela de empresas que avaliam o nível de estoques como excessivo, de 12,2% para 12,7% do total, e redução da parcela dos que o consideram insuficiente, de 5,2% para 4,6% do total.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) declinou 0,5 ponto porcentual para 74,2%. Esse é o menor nível desde dezembro de 2016, quando foi registrado o mínimo histórico da série iniciada em 2001.

A edição de junho de 2017 do ICI coletou informações de 1.147 empresas entre os dias 1º e 23 deste mês. A próxima divulgação desse indicador será no dia 27 de julho de 2017, sendo que a prévia do resultado será publicada no site do Ibre no dia 20 de julho.

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