Os juros futuros recuam na manhã desta quarta-feira, 12, em linha com o dólar e influenciados pela aprovação da reforma trabalhista no Senado por 50 votos a 26. Além disso, na renda fixa, a queda nas vendas do varejo em maio ante abril adicionam pressão de baixa, ao apoiar as apostas na continuidade de cortes significativos na taxa Selic, disse um operador.
As vendas do comércio varejista restrito caíram 0,10% em maio ante abril, bem abaixo da mediana das projeções, que era positiva de 0,20%, embora dentro do intervalo das estimativas de analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast (-1,50% a alta de 1,50%). Na comparação com maio de 2016, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 2,40% em maio de 2017. Nesse confronto, as projeções iam de um avanço de 1,00% a 5,10%, com mediana positiva de 2,70%. As vendas do varejo restrito acumularam retração de 0,8% no ano e queda de 3,6% em 12 meses.
Dólar e reforma trabalhista
Às 9h56 desta quarta, o DI para janeiro de 2018 exibia 8,725%, de 8,775% no ajuste de segunda-feira, 11. O DI para janeiro de 2019 caía a 8,66%, de 8,73% no ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2021 recuava a 9,86%, de 9,96% no ajuste da véspera. O dólar à vista, neste mesmo horário, cedia 1,00%, aos R$ 3,2209 O dólar futuro para agosto caía 1,07%, aos R$ 3,2335.
O dólar recuou ante o real desde o começo da sessão, refletindo a aprovação da reforma trabalhista no plenário do Senado na noite por 50 votos favoráveis e 26 contrários. O viés de baixa do dólar ante moedas emergentes e ligadas a commodities e a alta do petróleo também influenciam na queda.
Há pouco, também renovou mínima intraday, aos R$ 3,2204 (-1,01%) no mercado à vista, em sintonia com a ampliação da queda da moeda norte-americana no exterior em reação ao discurso que a presidente do Fed, Janet Yellen, fará na Câmara dos Representantes no fim da manhã e que foi divulgado antecipadamente.
Os investidores precificam sobretudo a sinalização de Yellen de que "os Fed Funds não devem aumentar muito mais para alcançar nível neutro", o que é interpretado por analistas como reforço dos sinais de gradualismo da política monetária do Fed. O dólar para agosto registrou mínima aos R$ 3,2330 (-1,10%).
Mais cedo, o diretor da corretora Correparti, Jefferson Rugik, disse que os fracos dados de vendas no varejo no Brasil em maio não afetaram a precificação do dólar, e que o mercado cambial reage principalmente à aprovação da reforma trabalhista. Ainda, segundo ele, a queda frente o real é ajudada pelo dólar fraco lá fora e uma antecipação de vendas diante das expectativas de novos fluxos de entrada de estrangeiros para as Ofertas Públicas Iniciais (IPOs) deste mês na B3.
Às 9h52 desta quarta-feira, 12, o dólar à vista recuava 0,98%, aos R$ 3,2214. O dólar futuro para agosto caía 1,06% no mesmo horário, aos R$ 3,2345.