O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse nesta terça-feira (22), que a intenção do governo em desestatizar a Eletrobras será apresentada na quarta-feira (23), ao conselho do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI). Ele voltou a citar a Embraer e a Vale como exemplo de processos semelhantes, que também ocorreram em outros países.
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"Trata-se de um movimento muito maior do que apenas a necessidade arrecadatória. Vamos entregar uma nova empresa muito mais ágil após esse processo, com capacidade de enfrentar os desafios em um cenário competitivo com empresas globalizadas", afirmou o ministro.
Coelho Filho citou as dificuldades que a Eletrobras vem enfrentando, mas elogiou o atual comando da estatal. "Quando assumimos, a empresa valia R$ 9 bilhões e agora vale R$ 20 bilhões. A empresa teve prejuízos acumulados nos últimos anos, mas tivemos lucro nos dois primeiros trimestres de 2017, o que mostra a melhora da governança na empresa", completou.
Avaliação
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, avaliou que o processo terá grande importância para o setor de energia e para o País, mas também para o mercado de capitais brasileiro.
"A modelagem de venda ainda não está concluída. Isso é algo que ainda vamos discutir a partir de agora, considerando o que está previsto na lei de desestatização", disse Guardia. "Haverá total transparência em cada uma das fases do processo", completou.
Guardia também enfatizou que a venda da Eletrobras não será feita para gerar receita primária, porque receitas de desestatizações são receitas financeiras. "Então isso não está sendo feito com o objetivo de impactar o resultado fiscal", concluiu.
Já o secretário-executivo do MME, Paulo Pedrosa, disse que a desestatização da Eletrobras irá gerar um ambiente propício para os investimentos no setor elétrico. "O nosso foco é dar eficiência para o mercado de energia, com transparência de custos", afirmou. "Esse movimento fortalece a Eletrobras como player de mercado", acrescentou.