Os bancos brasileiros afirmam que estão preparados para desembolsar o valor previsto no acordo que está sendo costurado pela Advocacia-Geral da União (AGU) com os poupadores porque provisionaram a maior parte do valor a partir do momento em que as ações começaram a ser propostas.
Só a Caixa - principal banco a ser atingido - tem provisionados cerca de R$ 1,4 bilhão para esses pagamentos, apurou o Estadão/Broadcast. O banco estatal detinha a maior parte dos depósitos em poupança entre o fim da década de 1980 e o início da década de 1990. A Caixa não citou valores específicos para o caso, mas afirmou via assessoria de imprensa que "mantém provisão para as ações de poupança em montante adequado e suficiente, conforme regularmente publicado em seus balanços".
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Outros bancos, como Bradesco, Itaú Unibanco e Banco do Brasil, preferiram não comentar. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) disse que vai se pronunciar apenas quando o acordo estiver fechado. O acordo permitiria que os bancos "limpassem" esse passivo de seus balanços.
Não apenas os bancos estão preparados para um acordo, como o Banco Central - regulador do sistema financeiro - tem trabalhado nesse sentido. Representantes da instituição, incluindo o presidente Ilan Goldfajn, têm participado das reuniões na AGU e no Supremo Tribunal Federal (STF), em busca de um consenso entre bancos e instituições que representam poupadores.
No passado, o BC chegou a alertar, inclusive durante julgamento sobre a questão no STF, em 2013, que uma derrota dos bancos poderia trazer risco para o sistema. Agora, o risco sistêmico está afastado.
Segurança
Além disso, o acordo dará segurança jurídica. Poupadores que não entraram na Justiça não podem mais fazer isso. E o consenso evitará eventual decisão, na Justiça, de que os planos foram inconstitucionais. A percepção é de que isso seria negativo para o País aos olhos dos investidores estrangeiros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.