A Caixa Econômica Federal mais que dobrou o seu lucro líquido no primeiro semestre, impulsionada pela melhora dos números operacionais em meio à queda dos gastos com provisões e maiores receitas com serviços. De janeiro a junho, o resultado líquido do banco, conforme dados disponibilizados pelo Banco Central, totalizou R$ 4,1 bilhões, cifra 104% maior que a registrada em idêntico intervalo do ano passado, de R$ 1,9 bilhão.
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A Caixa é o único grande banco que ainda não divulgou seus números do semestre e do segundo trimestre - embora estejam no site do BC. A divulgação de resultados da instituição pública era para ter ocorrido há semanas, na esteira dos anúncios dos demais grandes bancos, de acordo com fontes, mas atrasou. A expectativa é que a Caixa abra seus números na próxima semana, afirma um executivo próximo ao banco. Oficialmente, a instituição não comenta.
O resultado operacional da Caixa saltou de R$ 244,498 milhões no primeiro semestre do ano passado para R$ 3,918 bilhões, um aumento de mais de 1.500%, conforme dados do Banco Central. O crescimento foi possível graças ao aumento de 11,5% nas receitas com serviços e tarifas bancárias e recuo de cerca de 3% nas despesas com provisão para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, ambas no primeiro semestre ante um ano.
A carteira de crédito da Caixa totalizou R$ 703,7 bilhões ao final de junho, montante 3,54% maior que o registrado na primeira metade de 2016. Na comparação com março, o saldo dos empréstimos teve leve alta de 0,20%.
Os ativos totais do banco público foram a R$ 1,277 trilhão no primeiro semestre deste ano, aumento de 5,2% ante idêntico intervalo de 2016, de R$ 1,214 trilhão. O índice de Basileia, que mede quanto um banco pode emprestar sem comprometer o seu capital, foi a 14,42% ao final de junho, segundo dados do BC, ante 13,5% em março e 12,7% um ano antes.
A Caixa está debruçada em melhorar sua estrutura de capital. Além de desacelerar a oferta de crédito, o banco monitora o mercado externo para eventual captação, conforme noticiou a Coluna do Broadcast, e também a venda de ativos. Dentre eles, está o leilão da Lotex, rede de loteria instantânea do banco público, previsto para ocorrer neste ano.
Seguros
Outra iniciativa da Caixa está no seu braço de seguros. Depois de negociações frustradas com a sócia francesa CNP Assurances, o banco prepara a venda fatiada do seu braço securitário. A Caixa Seguros, de acordo com fontes, está sendo dividida entre três e quatro seguradoras e será ofertada ao mercado em um leilão. No entanto, o contrato com a CNP Assurances vai até 2021.