Petrobrás e Odebrecht formaram um grupo de trabalho para discutir mudanças no acordo de acionistas da Braskem, da qual são sócias. Até agora, foram definidos apenas os representantes de cada um dos lados que participarão das negociações e a contratação de escritórios de advocacia para auxiliar no processo. Nenhuma proposta foi apresentada de fato.
O pedido de mudar o acordo de acionistas partiu da Petrobrás, que gostaria de concluir as alterações até o fim do ano, para acelerar também a venda da sua participação de 47% na empresa petroquímica. Mas, segundo apurou o Estadão/Broadcast, executivos das duas sócias estão cientes da complexidade do processo e não sabem se vão conseguir cumprir o prazo.
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Sem mudar o acordo, a Petrobrás se nega a deixar o negócio e, ao mesmo tempo, a investir na Braskem. A estatal e a Odebrecht compartilham o controle da empresa, mas as condições são mais favoráveis para o grupo baiano, que tem, por exemplo, o direito de indicar mais representantes para o conselho da petroquímica e também de definir os principais executivos da empresa. A avaliação da estatal é que assim a suafatia perde valor e pode ser menos atraente para um comprador.
A venda de fatia na Braskem faz parte do plano da Petrobrás de se desfazer de US$ 21 bilhões em ativos ao longo deste e do próximo ano. Num primeiro momento, a estatal achou que teria dificuldade em acelerar as discussões com a Odebrecht, que, alvo de denúncias de participação em esquemas de corrupção no Brasil e países vizinhos, teria outras prioridades. Mas, logo nas primeiras conversas, se surpreendeu com a disposição do grupo de avançar na revisão do acordo de acionistas. Hoje, a avaliação é que as reuniões têm sido positivas.
Expectativa
A Petrobrás aposta, entre outros pontos, que a Odebrecht também tem pressa porque quer contar com um sócio com capacidade de investir, o que não é o caso da estatal. Além disso, é possível que o grupo baiano aproveite para, assim como a petroleira, vender uma fatia da Braskem para fazer caixa durante esse atual momento de crise financeira. Nada disso, porém, é certo. As discussões ainda são preliminares. Procuradas, Braskem, Petrobrás e Odebrecht não comentaram. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.