A produção industrial recuou em oito dos 24 ramos pesquisados na passagem de julho para agosto, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outros 16 segmentos tiveram resultados positivos.
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"Há uma concentração de resultados negativos para explicar essa queda, e permanece a leitura de um número maior de setores com crescimento na produção", ressaltou André Macedo, gerente na Coordenação de Indústria do IBGE.
A principal influência negativa foi registrada por produtos alimentícios, com redução de 5,5%, após três meses seguidos de avanços, quando acumulou um ganho de 9,3%. Segundo Macedo, a fabricação de açúcar, que vinha impulsionado a atividade, encolheu em agosto, puxando o resultado da indústria alimentícia no mês.
Outras contribuições negativas importantes sobre o total da indústria foram de máquinas e equipamentos (-3,8%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,6%) e indústrias extrativas (-1,1%).
Na direção oposta, o avanço na produção de automóveis e caminhões ajudou a conter essa queda na indústria, observou Macedo. A atividade de veículos automotores registrou crescimento de 6,2%.
"O mercado externo está de alguma forma influenciando esse comportamento positivo de veículos automotores como um todo", apontou Macedo. "Os estoques estão muito próximos da normalidade É nítida a melhora do ritmo de produção dessa atividade, especialmente quando a gente compara com anos anteriores", completou.
Outros desempenhos relevantes foram de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (5,5%), metalurgia (1,9%), produtos de fumo (15,2%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (2,1%).
Revisões
O IBGE revisou o dado da produção industrial do mês de julho ante junho, de 0,8% para 0,7%.
Houve revisão ainda na produção de bens de capital de julho ante junho, que passou de 1,9% para 1,5%. A taxa de junho ante maio saiu de 1,5% para 1,7%.
O IBGE revisou também a produção de bens de consumo duráveis em julho ante junho, que saiu de 2,7% para 2,9%. O resultado de junho ante maio passou de -5,6% para -5,3%.
A produção de bens de consumo semi e não duráveis de julho ante junho foi revista de 2,0% para 1,9%.