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Ibovespa cai 0,13% em meio à cautela com cenário político

O indicador chegou a subir até 0,51%, mas inverteu o sinal no início da tarde desta segunda-feira (17)

Estadão Conteúdo
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Publicado em 16/10/2017 às 18:35
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O indicador chegou a subir até 0,51%, mas inverteu o sinal no início da tarde desta segunda-feira (17) - FOTO: Foto: Agência Brasil
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Os mais recentes episódios do cenário político trouxeram algum desconforto ao mercado de ações e tiraram o fôlego do Índice Bovespa, que não sustentou a alta do período da manhã desta segunda-feira (16). O indicador chegou a subir até 0,51%, mas inverteu o sinal no início da tarde e terminou o dia em baixa de 0,13%, aos 76.891,83 pontos. O volume de negócios totalizou R$ 14,9 bilhões, inflado pelos R$ 5,4 bilhões movimentados no exercício de opções sobre ações.

A queda da bolsa brasileira na maior parte do tempo destoou do comportamento majoritariamente positivo dos mercados acionários dos Estados Unidos, Europa e Ásia. O resultado final do Ibovespa, perto da estabilidade, revelou um equilíbrio entre altas e baixas de "blue chips" do mercado doméstico. A alta dos preços do minério de ferro na China favoreceu os papéis da Vale, que terminaram o dia com ganho de 1,34% (ON). A valorização dos preços do petróleo, em meio a tensões no Oriente Médio, favoreceu as ações da Petrobras, que subiram 0,36% (ON) e 0,25% (PN).

Do lado das baixas, as mais relevantes ao longo do dia foram das ações do setor financeiro, elétrico e siderúrgico. No caso dos bancos, a exceção ficou com as units do Santander, que subiram 3,95% em meio à expectativa positiva para o balanço da operação brasileira, esperada para o dia 25. Já Itaú Unibanco, ação de maior peso na composição do Ibovespa, teve baixa de 0,52%.

"Na falta de notícias e indicadores econômicos com poder para sustentar o mercado, o que acabou por tirar o fôlego da bolsa foi a cautela com o cenário político. Não fossem as ações de commodities, teríamos tido uma correção maior", disse Luiz Roberto Monteiro, operador da Renascença Corretora.

Por aqui, o maior foco de mal-estar foi o aumento da tensão entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente Michel Temer, justamente às vésperas da votação da segunda denúncia contra Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A publicação dos vídeos com a delação do doleiro Lúcio Funaro no site da Câmara levou o advogado de Temer, Eduardo Pizarro Carnelós, a acusar o "vazamento criminoso" do vídeo, o que irritou Rodrigo Maia, que chamou o advogado de incompetente.

"A questão da delação de Lúcio Funaro jogou mais tempero no caso da denúncia contra o presidente. Não que o mercado acredite na derrota de Temer, mas esses ruídos criam um pouco de mal estar. E como temos uma bolsa 'esticada', o mercado acaba por ficar propenso à realização de lucros", disse Pedro Galdi, analista da Magliano Corretora.

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