O dólar reduziu as perdas ante o real nesta tarde de quarta-feira (25) diante da falta de quórum durante a maior parte do tempo para a votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer no plenário da Câmara, o que poderia atrapalhar no encaminhamento da reforma da Previdência. A moeda americana chegou a avançar até o patamar dos R$ 3,26 com a notícia da internação do presidente, mas acabou retornando para o território negativo, onde prevaleceu leve correção, após cinco pregões consecutivos de alta. Minutos antes de fechar o mercado de câmbio, o quórum para a votação foi atingido.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse à reportagem do Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, mais cedo que manteria a sessão plenária desta quarta (25) para votar a denúncia contra Temer, mesmo com o problema de saúde ao qual o chefe do Executivo foi acometido nesta tarde. Durante à tarde, a falta de quórum - em meio a uma força da oposição que não quis registrar presença para tentar provocar o adiamento da votação - levou o dólar ora para cima, ora próximo a estabilidade.
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"A falta de quórum foi o que mais exerceu pressão de alta no dólar", disse o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado Neto. Segundo ele, se esta votação fosse em meados do ano, não haveria problema, mas como "já estamos no fim de outubro, um adiamento atrapalharia o cronograma do governo de derrubar a segunda denúncia e avaliar a reforma da Previdência", pontuou o operador. As atenções do mercado em torno desta votação se voltaram para a verificação da margem de votos favoráveis a Temer para avaliar o quanto o presidente tem de aliados para conseguir aprovar a reforma da Previdência. A estimativa é que seja próximo ao número da primeira votação, de 263 parlamentares.
No meio da tarde, a moeda dos EUA chegou a subir até atingir o patamar de R$ 3,26, após a notícia de que Temer foi internado. No entanto, depois de notícias afirmando que o presidente passava bem e que ele tinha sido internado devido a uma obstrução urológica, os ânimos acalmaram e o dólar voltou a recuar, ainda que com menos força do que mais cedo, quando tocou os R$ 3,22 com uma correção da alta acumulada superior a 2% na semana.
"O dólar praticamente estável ao longo da tarde mostrou claramente que o mercado ficou em compasso de espera para ver o que iria acontecer, se atingiria o quórum ou se a sessão seria suspensa", disse o diretor de câmbio da Abrão Filho, Fernando Oliveira.
Minutos antes do fechamento do mercado, o quórum foi atingido e Maia deu início aos procedimentos que antecedem a votação do parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) que defende o arquivamento da segunda denúncia contra Temer. Depois disso, o dólar chegou a ampliar levemente as perdas.
No mercado à vista, o dólar fechou em baixa de 0,38%, aos R$ 3,2386. O giro financeiro somou US$ 962 milhões. Na mínima, a moeda ficou em R$ 3,2290 (-0,67%) e na máxima, R$ 3,2601 (+0,28%).
No mercado futuro, o dólar para novembro caiu 0,37%, aos R$ 3,2355. O giro financeiro somou US$ 25,51 bilhões. Durante o pregão, a divisa oscilou de R$ 3,2310 (-0,50%) a R$ 3,2620 (+0,44%).