Projeção para inflação

IPCA 2017 no cenário com câmbio e juro constantes cai para 2,8%

O Banco Central projeta um IPCA de 4% em 2018

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Publicado em 21/12/2017 às 10:27
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O Banco Central projeta um IPCA de 4% em 2018 - FOTO: Foto: Pinterest/ Reprodução
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O Banco Central revisou as projeções para a inflação deste e do próximo ano no cenário de referência. Segundo o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira (21), o cenário de referência prevê IPCA de 2,8% em 2017. No relatório de inflação divulgado em setembro, o BC esperava alta de preços de 3,2% este ano. O BC deixou de publicar as estimativas do cenário de referência que utiliza câmbio e juros constantes nas atas dos encontros do Comitê de Política Monetária (Copom).

Para 2018, conforme o RTI, o Banco Central projeta no cenário de referência que o IPCA ficará em 4,0%, e não mais em 3,8%, como visto no documento de setembro.

O BC informou ainda, no RTI, que a projeção para o IPCA em 2019, pelo cenário de referência, está em 4,1%, ante os 3,7% do documento anterior. No caso de 2020, o porcentual projetado é de 4,2%, ante 3,8% no RTI de setembro.

Nos cálculos do cenário de referência, o BC considerou uma Selic de 7 % ao ano e um dólar a R$ 3,30.

PIB

O Banco Central também que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha crescimento de 2,6% em 2018, No documento anterior, divulgado em setembro, a projeção era de 2,2%.

Entre os componentes do PIB para 2018, o BC diminuiu de +1,5% para -0,4% a projeção da agropecuária. No caso da indústria, a estimativa passou de +2,6% para +2,9% e, para o setor de serviços, de +1,9% para +2,4%.

No lado da demanda, o BC aumentou a estimativa de crescimento do consumo das famílias, de +2,5% para +3,0%. No caso do consumo do governo, o porcentual projetado permaneceu em +1,0%.

O documento desta quinta-feira, 21, indica ainda que a projeção para a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) - indicador que mede o volume de investimento na economia - permaneceu em +3,0% em 2018.

Administrados

O Relatório Trimestral de Inflação prevê ainda alta de 4,9% para os preços administrados em 2018. Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na semana passada, o BC já previa elevação dos preços administrados de 4,9% no próximo ano.

Para 2017, a expectativa de alta do conjunto de preços administrados é de 8,0%, como também já constava na ata. No caso de 2019, a projeção passou de 4,2% na ata para 4,3% no RTI de hoje. Para 2020, continuou em 4,2%, como estava no RTI anterior, de setembro.

No Relatório de Mercado Focus, divulgado na última segunda-feira, os analistas consultados pelo BC previam alta dos preços administrados de 7,90% em 2017, 4,90% em 2018, 4,25% em 2019 e 4,00% em 2020.

Projeção para PIB de 2017

O Banco Central espera também que PIB tenha crescimento de 1,0% em 2017. No documento anterior, de setembro, a projeção era de alta de 0,7%.

Entre os componentes do PIB para este ano, o BC projeta crescimento de 12,8% da agropecuária, queda de 0,3% no setor industrial e alta de 0,3% para o segmento de serviços. Antes, as previsões eram de +12,1% para a agropecuária, de -0,6% para a indústria e de +0,1% para serviços.

No lado da demanda, o BC estima que o consumo das famílias vá acumular aumento de 1,2% em 2017, ante avanço de 0,4% projetado antes. O consumo do governo terá retração de 0,8%, ante recuo de 1,8% do relatório anterior.

O documento de hoje indica ainda que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) - indicador que mede o volume de investimento na economia - deverá ter recuo de 2,5% em 2017. No RTI de setembro, a expectativa era de retração de 3,2%.

IPCA

Ainda em seu relatório, o Banco Central faz suas projeções de inflação de curto prazo, que abarcam os meses de dezembro, janeiro e fevereiro. A previsão para o IPCA o índice oficial em dezembro é de +0,29%. Já a projeção para janeiro de 2018 é de +0,53% e, para fevereiro, de +0,47%.

No mais recente Relatório de Mercado Focus, divulgado na última segunda-feira, as projeções do mercado financeiro para o IPCA eram de +0,33% em dezembro, +0,46% em janeiro e +0,44% em fevereiro.

Meta de inflação em 2017

Já a probabilidade de a inflação de 2017 ficar abaixo do piso da meta - de 3% - já está em 90%. No documento anterior, divulgado em junho, ela era de 36%. O cálculo tem como base o cenário de mercado, que utiliza projeções para o câmbio e a Selic contidas no Relatório de Mercado Focus. Já a probabilidade de estourar o teto da meta - que é 6% - permaneceu em zero.

No caso de 2018, a probabilidade de estouro do teto de 6,0% da meta foi de 11% para 9%. Já a possibilidade de estouro do piso de 3,0% da meta do próximo ano foi de 17% para 18%.

O Banco Central também informou pela primeira vez as probabilidades relacionadas ao ano de 2019: 13% de estouro do teto (de 5,75%) e 15% de estouro do piso (de 2,75%).

A autarquia persegue meta central de inflação de 4,5% em 2017, 4,5% em 2018, 4,25% em 2019 e 4,00% em 2020. Em todos os casos, a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. (Fabrício de Castro, Eduardo Rodrigues - fabricio castro@estadao.com e eduardor.ferreira@estadao.com)

BC publica no RTI projeções de inflação em dois cenários híbridos -

Brasília, 21/12/2017 - O Banco Central divulgou hoje, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), projeções para o IPCA em dois cenários híbridos - que combinam hipóteses dos cenários de referência e de mercado.

No primeiro cenário híbrido - que considera a taxa de câmbio constante em R$ 3,30 e a evolução da Selic conforme as projeções do boletim Focus -, a projeção de inflação para 2017 passou de 3,2% para 2,8%. Para 2018, continuou em 4,1%; para 2019, foi de 3,9% para 4,0%; e para 2020, permaneceu em 3,9%.

No segundo cenário híbrido - que considera a taxa de câmbio variando conforme o Focus e a Selic estável em 7,00% ao ano -, a projeção de inflação para 2017 também passou de 3,2% para 2,8%. Para 2018, continuou em 4,1%; para 2019, foi de 4,0% para 4,4%; e para 2020, também subiu de 4,0% para 4,4%. (Fabrício de Castro, Eduardo Rodrigues - fabricio.castro@estadao.com e eduardor.ferreira@estadao.com)

Copom

O Banco Central reforçou uma série de indicações contidas em suas comunicações mais recentes. Entre elas, a de que "para a próxima reunião, caso o cenário básico evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o Comitê vê, neste momento, como adequada uma nova redução moderada na magnitude de flexibilização monetária".

No início de dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a Selic em 0,50 ponto porcentual, de 7,50% para 7,00% ao ano. Na ocasião, o colegiado já havia indicado a intenção de, no próximo encontro, em fevereiro, reduzir o ritmo. Para boa parte do mercado financeiro, isso significará corte de 0,25 ponto porcentual.

De acordo com o BC, essa visão de corte mais moderado de juros na próxima reunião é "mais suscetível a mudanças na evolução do cenário e seus riscos que nas reuniões anteriores". Para frente - ou seja, para os encontros posteriores a fevereiro -, "o Comitê entende que o atual estágio do ciclo recomenda cautela na condução da política monetária".

No RTI divulgado nesta quinta, o BC também voltou a dizer que o processo de cortes da Selic continuará dependendo "da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação".

Crédito

O Relatório trouxe um boxe sobre a evolução recente do crédito para as empresas. Uma das avaliações trazidas pelo BC é a de que "o menor crescimento do crédito para pessoas jurídicas junto ao Sistema Financeiro Nacional (SFN) vem sendo compensado pelo maior dinamismo do mercado de capitais".

O BC destacou o crescimento recente das captações no mercado de capitais, "em parte influenciadas pela redução da taxa básica de juros, por alterações nos custos e na política de aprovação de crédito direcionado, por exigências para concessões de crédito junto ao Sistema Financeiro Nacional (SFN) e pelo processo de retomada da atividade econômica, que contribui para a melhora dos balanços das empresas".

IC-BR

Há ainda um boxe com o detalhamento da revisão metodológica do Índice de Commodities (IC-Br).

Para além das alterações na fórmula de cálculo do IC-Br, foram incluídas novas commodities nos segmentos agropecuário e metálico. E, devido à nova política de preços adotada pela Petrobras, houve um aumento do peso relativo do petróleo nos meses mais recentes.

Já entre as principais mudanças na forma de se calcular o índice está a ampliação do período da amostra utilizada na estimação dos pesos, de oito para 13 anos. O IC-BR também passa a utilizar informações sobre o consumo intermediário de commodities, por meio da Tabela de Recursos e Usos (TRU). Além disso, com o acréscimo de um segundo passo no cálculo da estrutura de ponderação, houve uma otimização dos pesos em termos de correlação com o IPCA.

"Os resultados dos exercícios explicitam o ganho de eficiência da revisão, no que tange à identificação dos impactos das variações de preços internacionais de commodities sobre a dinâmica do IPCA", avaliou o BC.

Investimento direto

Há também um boxe a respeito de estatísticas de investimento direto por país investidor imediato e final.

O país investidor imediato é o de domicílio da empresa não residente que investiu diretamente na subsidiária ou filial no Brasil. Já o país investidor final é o daquele investidor não residente que detém o efetivo interesse econômico, determinado sobretudo por influência sobre decisões gerenciais, na empresa investida no Brasil.

"O investidor final é identificado empregando-se a seguinte análise: partindo da associada residente, deve-se subir na cadeia de relações de investimento direto até encontrar-se a empresa não residente que não tenha outra empresa como investidora direta", registrou o boxe.

Além de abordar os conceitos de investidor imediato e final, o boxe detalha a metodologia e as fontes de dados para a compilação dos estoques bilaterais de Investimento Direto no País (IDP) por esses dois critérios no Brasil.

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