O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) registrou expressivo superávit primário de R$ 46,940 bilhões em janeiro, informou nesta quarta-feira (28) o Banco Central. Esse é o melhor resultado para os todos meses da série histórica desde dezembro de 2001. Em dezembro de 2017, o setor público havia registrado déficit de R$ 32,321 bilhões e, em janeiro de 2017, primário positivo de R$ 36,712 bilhões.
O resultado primário consolidado do mês passado ficou acima da mediana das estimativas (R$ 40 bilhões) captada pelo Projeções Broadcast e dentro do intervalo das previsões, que iam de R$ 28,800 bilhões a R$ 48,600 bilhões.
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12 meses
As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 100,355 bilhões em 12 meses até janeiro, o equivalente a 1,53% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central. A meta para o déficit primário do setor público consolidado em 2018 é de R$ 161,3 bilhões.
O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em janeiro pode ser atribuído ao rombo de R$ 108,205 bilhões do governo central (1,64% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 7,230 bilhões (0,11% do PIB) em 12 meses até janeiro. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 6,526 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 704 milhões. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 620 milhões no período.
Gasto com juros
O setor público consolidado teve gasto de R$ 28,314 bilhões com juros em janeiro, após esta despesa ter atingido R$ 33,319 bilhões em dezembro.
O governo central teve no mês passado despesas na conta de juros de R$ 23,251 bilhões. Já os governos regionais registraram gasto de R$ 4,613 bilhões e as empresas estatais, de R$ 450 milhões.
Em 12 meses, as despesas com juros passaram de R$ 400,826 bilhões para R$ 392,727 bilhões até janeiro (5,97% do PIB).
Dívidas líquida e bruta
A dívida líquida do setor público (DLSP) subiu para 51,8% do PIB em janeiro, ante 51,6% em dezembro. A dívida do governo central, governos regionais e empresas estatais terminou o mês passado em R$ 3,406 trilhões. A instituição previa que a relação da DLSP com o PIB chegaria a 52,2% em janeiro.
Já a dívida bruta do governo geral encerrou o mês passado em R$ 4,904 trilhões, o que representa 74,5% do PIB. Este é o maior porcentual para a série histórica. Em dezembro, essa relação estava em 74,0%. A previsão do BC para o resultado do mês passado era de uma taxa de 74,6%. No melhor momento da série histórica, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,54% do PIB.
A dívida bruta do governo é uma das principais referências para avaliação, por parte das agências globais de rating, da capacidade de solvência do País.