A expectativa média do brasileiro para a inflação nos próximos 12 meses subiu para 5,3% em maio, ante 5% em abril, indicando uma possível percepção da alta do dólar, informou nesta terça-feira, 22, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre). Na comparação com igual período do ano anterior, a taxa caiu 1,8 ponto porcentual.
A expectativa de inflação avançou em todas as faixas de renda. A maior alta ocorreu na faixa de consumidores com renda familiar até R$ 2.100,00, cujas expectativas de inflação passaram de 5,8% em abril para 6,5% em maio.
"O aumento da expectativa de inflação dos consumidores em maio deve ser analisado com cautela, uma vez que a taxa prevista para os próximos 12 meses, na faixa dos 5%, é ainda baixa em termos históricos. Por outro lado, acende-se uma luz amarela em relação à possibilidade de que a alta esteja relacionada à expressiva alta do dólar em abril e maio. Esta percepção pode ainda estar sendo aprofundada pela incerteza provocada pela instabilidade do ambiente político", afirma o economista Pedro Costa Ferreira, da FGV/Ibre.
Distribuição
Na distribuição por faixas de inflação prevista, 45,9% dos consumidores projetaram valores dentro dos limites de tolerância (3% - 6%) da meta de inflação de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional para este ano.
A proporção de consumidores indicando valores abaixo do limite inferior (3%) recuou de 23,5% para 22,2% do total entre abril e maio. Previsões entre o limite inferior (3%) e a meta (4,5%) foram as que ocorreram com maior frequência, tendo sido citadas por 27,1% dos entrevistados.