O ex-ministro da Fazenda e pré-candidato do MDB à presidência, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira (31), que a política de preços da Petrobras será mantida e que o governo não tem nenhuma intenção de mexer nas regras de comercialização da empresa. A declaração foi dada após Meirelles participar de um encontro com bispos e fiéis da igreja evangélica Assembleia de Deus, em Brasília, ao lado do presidente Michel Temer.
Meirelles aproveitou para dizer que trabalha numa proposta de criação de um "fundo de estabilização" para evitar alterações bruscas no preço dos combustíveis cobrados nas bombas dos postos A ideia, que ainda está em elaboração, não seria implantada neste ano, mas apenas no ano que vem, caso Meirelles vença a eleição.
"A criação desse fundo de estabilização visaria justamente amortecer e estabilizar o preço da gasolina na bomba, preservando a política de preços da Petrobras, mas a questão dos impostos pode subir ou descer conforme o preço do petróleo", comentou. "O fundo manteria a estabilidade da arrecadação e evitaria a subida muito forte do preço da gasolina na bomba."
Sobre a origem dos recursos para o fundo, Meirelles disse que o dinheiro viria da arrecadação flexível de impostos. "No momento em que sobe o preço do petróleo, sobe o custo da gasolina e isso leva a uma diminuição automática dos impostos e a arrecadação da União seria recomposta pelo uso desse fundo. Quando o preço do petróleo cai, o fundo seria capitalizado. Quando o preço do petróleo sobe, seria usado o recurso desse fundo", comentou, comparando a ideia com o fundo soberano de países do Golfo, que utilizam o mesmo conceito. "A política de preços da Petrobras deve ser mantida, mas não a flutuação do preço na bomba. Vamos estudar as dimensões do que poderia ser feito."
O pré-candidato disse que a paralisação deve impactar os resultados da economia neste segundo trimestre do ano, mas afirmou que o importante é que o movimento está perto do fim. "O que importa é que a justiça começa a prevalecer e o País, a voltar à normalidade", disse.
Henrique Meirelles disse que o custo fiscal de R$ 13,5 bilhões para atender o pleito dos caminhoneiros não é elevado, se considerado que o preço do diesel tem impacto para toda a população, porque mexe no preço de todas as mercadorias transportadas no País. Meirelles afirmou que não participou das decisões concretas do governo, mas que participou de reuniões e opinou em caminhos que deveriam ser tomados para que o País saísse da crise.
O candidato evitou fazer comentários sobre a continuidade de Pedro Parente à frente da presidência da Petrobras. Disse apenas que tem o hábito de "trabalhar com quadros excelentes" e que sua equipe "vai fazer história".