CONSEQUÊNCIAS DA PARALISAÇÃO

Indústria pede ajustes para se recuperar de prejuízos da paralisação

Presidentes de duas entidades do setor industrial se reuniram para apresentar demandas referentes às consequências da paralisação dos caminhoneiros

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Publicado em 11/06/2018 às 21:26
Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil
Presidentes de duas entidades do setor industrial se reuniram para apresentar demandas referentes às consequências da paralisação dos caminhoneiros - FOTO: Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil
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Presidentes de duas entidades do setor industrial se reuniram nesta segunda-feira (11) com o presidente Michel Temer para apresentar demandas referentes às consequências da paralisação dos caminhoneiros, que durou 11 dias e encerrou há pouco mais de duas semanas.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Vieira, criticou o que chamou de “rigidez do preço” da tabela de fretes mínimos proposta pelo governo para chegar a um acordo com os caminhoneiros. “Entendemos perfeitamente o problema dos caminhoneiros, mas entendemos também que [com] a rigidez de preço as indústrias vão incorrer em mais custos e esses custos terão que ser repassados para o produto”, disse.

Vieira sugeriu que os contratos prevejam uma alteração nos preços em caso de mudança nos custos do transporte. Com isso, segundo ele, não haveria prejuízo para transportadores nem para a indústria.

Para José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o problema maior não é a tabela de frete, e sim a política de reajustes diários da Petrobras, que também foi alvo de reclamações dos caminhoneiros. Para ele, a estatal, apesar de trabalhar com preços do mercado, não tem uma concorrência local, o que deixa a empresa mais confortável para trabalhar com aumentos.

“A Petrobras domina o mercado de combustíveis no Brasil. Ela não pode se comportar como uma empresa que vive à mercê da concorrência. Em qualquer lugar do mundo o preço é liberado, mas existe concorrência. Aqui não tem concorrência”, disse. Para ele, as mudanças constantes de preço nos combustíveis traz prejuízos para o setor da construção, uma vez que nessa área não pode haver reajustes diários.

“Contratamos uma obra que vai ficar três, quatro anos em construção e eu tenho que ter o mínimo de previsibilidade naquele meu contrato. Se eu começar a prever variações de 20%, 30%, 40% não vai ter contrato que se sustente”, disse.

Segundo os dirigentes das duas entidades, o presidente Temer ouviu as demandas mas não fez promessas sobre os problemas apresentados. Vieira também pediu uma isenção de impostos federais por, no mínimo, 15 dias para que as micro e pequenas empresas possam voltar a "respirar" financeiramente após os prejuízos da paralisação dos caminhoneiros. Temer disse que levaria a questão à área econômica do governo.

Outro pleito da Firjan foi retardar a reoneração do setor para janeiro. Segundo ele, o presidente afirmou que a reoneração de diversos setores da economia, aprovada pelo Congresso no final de maio, já está programada para iniciar em outubro.

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