Não se trata de sorte, fé, tampouco uma ‘ajudinha’ do árbitro. O Brasil é o time favorito a levantar o troféu da Copa do Mundo da Rússia, pelo menos de acordo com a análise estatística da consultoria LCA, que desde 2010 reúne uma série de variáveis para analisar o trajeto das possíveis seleções campeãs, desde a primeira fase até o jogo final do mundial. O Brasil está com 71% de chance de vitória num jogo típico contra os chamados “times médios” - que deve acontecer ainda nas primeiras fases - e 28,17% de chance de ser campeão, à frente das seleções da Espanha e Alemanha, que têm, respectivamente, 26,9% e 15,5% de chance de se sagrarem vitoriosas ao fim da Copa.
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Para o mundial de 2018, o modelo utilizado pelos economistas foi estimado a partir de uma amostra de cerca de 3.000 jogos entre seleções desde o último mundial, extraída de um universo de aproximadamente 4.500 partidas. A escolha obedeceu à inclusão de todos os jogos oficiais (torneios continentais e partidas eliminatórias) e exclusão dos amistosos que envolveram seleções com menos de 10 jogos, com diferença entre as posições no ranking FIFA superior a 100 pontos, e os jogos que resultaram goleadas com mais de cinco gols. Um indicador chamado ‘Elo Rating’, desenvolvido por um físico húngaro e considerado melhor do que o Ranking FIFA pelo fato de inferir a cada jogo a habilidade de jogadores, ter a parametrização feita agregando pontos aos vitoriosos e subtraindo dos perdedores e ter métrica que define a probabilidade de vitória comparando a diferença entre os escores, também foi utilizado.
“Nos Estados Unidos e na Europa, as análises de jogos já são feitas muito em cima de dados. As estatísticas, para além de descrever o que ocorre nos jogos, são importantes porque nos faz entender coisas que não são óbvias, como o sucesso em termo de vitória com base na qualidade de passes de um um time, por exemplo. Quando a gente diz que o Brasil é o favorito, queremos dizer que num aposta seca, o Brasil é a melhor aposta contra qualquer outro time. Agora, quando levamos em conta todas as outras hipóteses imprevisíveis, como uma ‘zebra’, não dá para dimensionar o que é mais provável. O que a gente faz é separar o que dá para prever do que é imprevisível”, diz o diretor da LCA, Celso Toledo. Nos mundiais de 2010 e 2014 a consultoria conseguiu cravar três dos quatro semifinalistas além do campeão da Copa na África do Sul.
No trajeto até a final, as simulações feitas indicam que as seleções com maior probabilidade de vitória em um confronto hipotético contra o “time médio” ou “representativo” do mundial são Brasil, Alemanha e Espanha, com chance de sucesso de cerca de dois terços. Inglaterra e México são as equipes que mais se aproximam do que o modelo considera ser o time representativo, com chances de vitória próximas de 50%. Ainda na fase de grupo, segundo o estudo, o Brasil está no terceiro conjunto mais difícil. Suíça, Sérvia e Costa Rica, considerados os times médios do grupo, têm 31% de chance de vencerem confrontos contra os demais times médios do campeonato, excluindo as equipes cabeças de chave (Uruguai, Espanha, França, Argentina, Brasil, Alemanha, Inglaterra e Colômbia). As semifinais mais prováveis são Espanha x Alemanha (em 23,5% das simulações) e Brasil x França (em 18,4% das simulações). Se der a lógica, a campanha do Brasil será: México nas oitavas, Bélgica nas quartas, França na semifinal e Espanha na final.
ITAÚ
Considerando a qualidade da equipe, tradição no futebol e o apoio recebido pelo torcedor, a análise do banco Itaú também aponta o Brasil como favorito. A seleção canarinho, segundo estudo, chegará à final para um jogo contra a Alemanha, e tem 52% de chance de se sagrar campeão.