ÍNDICE DE PREÇOS AO PRODUTOR

Greve de caminhoneiros ainda pressionou IPP em junho, diz IBGE

A crise no abastecimento e a desorganização da cadeia produtiva, causou o avanço de 2,28% no Índice de Preços ao Produtor (IPP)

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Publicado em 01/08/2018 às 11:50
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A crise no abastecimento e a desorganização da cadeia produtiva, causou o avanço de 2,28% no Índice de Preços ao Produtor (IPP) - FOTO: Foto: Divulgação / Agência Brasil
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A greve dos caminhoneiros, que bloqueou estradas em todo o país ao longo de 11 dias ao fim de maio, ainda refletiu sobre os preços dos produtos industriais na porta de fábrica em junho. O avanço de 2,28% no Índice de Preços ao Produtor (IPP) foi impulsionado, entre outras razões, pela crise de abastecimento e desorganização da cadeia produtiva em alguns setores, provocadas pela paralisação do transporte de carga.

A indústria alimentícia elevou os preços em 3,39% em junho, o maior impacto sobre o IPP no mês, o equivalente a uma contribuição de 0,64 ponto porcentual para a inflação, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira, 1, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os produtos que ficaram mais caros estão o leite esterilizado, carnes e miudezas de aves e farinha de trigo.

Outras altas

Além de alimentos, também puxaram a alta do IPP em junho os ramos de Outros Produtos Químicos, Derivados de Petróleo e Biocombustíveis e Indústrias Extrativas.

"O resquício de greve aparece na parte alimentar. Mas tem um aumento grande em alguns produtos derivados de nafta pressionando a parte química. E nas (indústrias) extrativas a pressão é do preço internacional de minério e petróleo", contou Manuel Campos Souza Neto, analista do IPP na Coordenação de Indústria do IBGE.

Souza Neto lembra que, além da greve, a inflação da indústria sofreu influência também do aumento de preços de produtos no mercado internacional e da alta do dólar ante o real. O IBGE calcula que a moeda americana registrou valorização de 3,77% ante o real no mês de junho.

A alta de 13,45% acumulada pelo IPP em 12 meses foi a mais elevada da série histórica iniciada em dezembro de 2014, para esse tipo de comparação. Os preços das indústrias extrativas aumentaram 59,02% no período, enquanto os derivados de petróleo e biocombustíveis subiram 40,13%. O avanço nas cotações das commodities teve influência direta sobre alguns segmentos e indireta sobre aqueles que usam esses itens como matéria-prima, como Outros Produtos Químicos e Metalurgia.

"Derivados de petróleo foi a atividade que mais puxou o resultado global. Não foi a que subiu mais, mas tem um peso maior", lembrou Souza Neto.

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