O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, classificou nesta quarta-feira (19), como insustentável a política de preços mínimos no frete rodoviário de cargas, implementada pelo governo dentro do pacote concedido aos caminhoneiros para encerrar a greve deflagrada pela categoria no fim de maio.
Ao participar de um seminário que reuniu empresários e executivos do agronegócio, em São Paulo, o titular da Fazenda, numa tentativa de justificar as concessões aos caminhoneiros, lembrou do contexto em que elas foram lançadas. "Foi um momento extremamente difícil. O Brasil não aguentaria mais uma semana parado", disse Guardia.
"O tabelamento de frete não é algo sustentável. É um tema que está em discussão no Judiciário, está no Supremo, e precisará ser enfrentado", acrescentou o ministro.
Diesel
Sobre o desconto no preço do diesel, que acompanhou o tabelamento do frete, Guardia observou que a desoneração de tributos que permitiu uma redução de 16 centavos no preço final do combustível é permanente.
Mas o próximo governo, ressaltou, terá de decidir sobre a subvenção, garantida até o fim deste ano a um custo de R$ 9,5 bilhões, que reduz o valor do produto em mais 30 centavos.
Segundo o ministro, o governo Temer, nesse caso, adotou uma solução temporária para não transferir esse custo ao próximo presidente.
"A partir do ano que vem, não teremos mais essa solução. Precisaremos de soluções mais estruturais [...] A solução definitiva para esse problema só será dada quando tratarmos a questão de maneira mais ampla", afirmou Guardia, que voltou a defender a maior competição no setor de refino e um tributo flexível, para absorver choques de preços, como saídas à questão do diesel.