A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) garante que apesar da redução nos níveis de água das barragens de Bita e Utinga, responsáveis pelo abastecimento do Sistema Suape, as indústrias não estão em sistema de racionamento. Na semana passada, a Refrescos Guararapes encaminhou comunicado à imprensa informando que teve sua produção paralisada por falta de abastecimento de água na região.
Apesar de admitir que a produção do Sistema Suape reduziu, o diretor regional metropolitano, Rômulo Aurélio Souza, afirma que o problema não foi relacionado ao volume, mas à qualidade da água. “Na semana passada, a água do Rio Ipojuca estava com odor forte e com a cor elevada. Em função disso precisamos ajustar o processo na ETA (Estação de Tratamento de Água) e diluir a água do rio com a que estava na barragem de Bita. De fato, a qualidade da água bruta não atendia às necessidades da Coca-Cola. O problema não foi a seca, mas o volume de despejo industrial no rio. Pedimos à Companhia Pernambucana de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH) para fazer uma avaliação na água do manancial e detectar o problema”, observa.
Em nota encaminhada à imprensa, a Refrescos Guararapes informa “que teve sua produção paralisada na unidade fabril de Suape por falta de abastecimento de água na região, devido ao corte no fornecimento de água realizado pela Compesa em todo Sistema Suape. A indústria está buscando alternativas de abastecimento que atenda os rigorosos padrões de qualidade da empresa, afim de minimizar os impactos de abastecimento de seus produtos no mercado”.
A reportagem do JC voltou a procurar a Refrescos Guararapes para discutir o problema, mas a assessoria de comunicação informou que não teria porta-voz para comentar o assunto e se limitou a encaminhar uma nova nota. “A Refrescos Guararapes informa que, devido à falta d'água na região de Suape, que atinge sua unidade fabril nesta localidade, está tomando todas as providências para garantir o abastecimento de seus produtos no mercado pernambucano trazendo produtos de suas outras fábricas situadas em Petrolina e João Pessoa, na Paraíba, sempre com o alto padrão de qualidade praticado pela empresa”, diz o texto.
Outras indústrias do polo de bebidas de Suape dizem que perceberam a redução no fornecimento de água, mas não chegaram a ter a produção afetada. Na Campari, a assessoria de comunicação informou que houve uma redução pontual no fluxo de água, mas que não atingiu a fábrica. Na Pernod Ricard, houve um déficit no abastecimento, mas que (segundo a companhia) não comprometeu a produção.