Qual foi sua porta de entrada para o mundo dos jogos eletrônicos? É dos pioneiros e tinha um Atari? Ou é mais novo e começou pelo Playstation 2 que ganhou de natal? Pode ser que hoje você não seja um gamer, mas certamente durante sua infância, tinha um vizinho que tinha um Super Nintendo, ou um primo dono de um Mega Drive, que garantia a diversão nas tardes de fim de semana. Não importa qual foi o aparelho, você pode reencontrar seu “velho amigo” no Museu do Videogame Itinerante.
A exposição volta ao Shopping Recife um ano depois de levar mais de 800 mil visitantes à praça de eventos. São 44 anos de história dos jogos eletrônicos em mais de 270 aparelhos, com os principais deles disponíveis para que o público possa jogar à vontade alguns dos títulos mais clássicos de todos os tempos, como Super Mario Bros., Sonic, Sunset Riders e Teenage Mutant Ninja Turtles. A mostra começou no último domingo e vai até o dia 24.
“Sempre dizemos que o Museu não é só uma exposição dos aparelhos e dos jogos, mas sim das histórias em torno do videogame”, explica o jornalista sul-mato-grossense Cleidson Lima, organizador do evento e dono das peças. “É muito comum as pessoas chegarem aqui e lembrarem: ‘esse foi o console que meu pai me deu’ ou ‘era o que eu jogava com meu irmão’. Isso prova que o videogame sempre foi um agregador da família, dos amigos, nunca veio para separar”, afirma Cleidson.
E não é por que se chama “museu” que a exposição se limita a aparelhos antigos. As novas gerações também têm vez, com torneios de Mortal Kombat XL, Street Fighter V, Fifa 16 e Just Dance. “É engraçado ver os pais puxando os filhos pela mão para ver o videogame que ele jogava quando criança de um lado, e do outro o filho puxando o pai para mostrar o Playstation 4 ou o Xbox One”, comenta o organizador. Foi o caso do carreteiro Dimas Angelo, de 31 anos, que levou a filha Daniela, de 5, para curtir o museu. “Ela é doida por um videogame. Eu a trouxe para conhecer os jogos da minha infância e ela está adorando. Vou até trazer meus primos que jogavam comigo na época para relembrar”, conta Dimas, entre uma partida e outra de Nintendo 8 bits.
ACERVO - No Museu do Videogame Itinerante o visitante poderá encontrar alguns dos aparelhos mais raros da história dos jogos eletrônicos, como o Magnavox Odyssey, um dos primeiros do mundo, o Telejogo Philco Ford, pioneiro no País e o Microvision, primeiro portátil a aceitar cartuchos. “Temos também modelos desconhecidos. Muita gente acha que o primeiro videogame da Nintendo foi o NES/Famicon e o primeiro da Sega foi o Master System. Mas temos em exposição o Sega SG-1000 (1983) e o Nintendo TV-Game 6 (1977), de fato, os primeiros aparelhos das marcas”, explica Cleidson.
Como novidade este ano, a exposição ainda está ocupando um espaço a mais, na quinta etapa do shopping. Lá está uma exposição de cartuchos raros (alguns, inclusive, com caixa e manual), action figures e arcades. O local também é dedicado aos PC gamers, atendendo uma demanda antiga do público. “Esse é um mercado que vem crescendo muito. Conseguimos até trazer a Dell para a exposição, que inclusiva fará o lançamento de um produto novo voltado para esse setor”, conta Fernando Freitas, gerente de games da Nagem, que é co-produtora do evento ao lado do Shopping. O espaço conta com dez máquinas, que hospedarão campeonatos de DotA e League of Legends.