VAREJO

Inovação diminui a distância entre lojas físicas e digitais

Tecnologias digitais estão contribuindo para trazer mais clientes às lojas físicas

Ângela Fernanda Belfort
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Ângela Fernanda Belfort
Publicado em 31/05/2017 às 8:01
Foto: Tato Rocha/Acervo JC Imagem
Tecnologias digitais estão contribuindo para trazer mais clientes às lojas físicas - FOTO: Foto: Tato Rocha/Acervo JC Imagem
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A inovação está diminuindo a distância entre as lojas físicas e as tecnologias digitais, que passaram a atrair mais consumidores no mundo real. Da farmácia às grandes redes de varejo, a geolocalização – que inclui uma maneira de enviar propagandas direcionadas, dependendo de onde o cliente está – passou a atrair o freguês com informações enviadas a um aparelhinho que todo mundo carrega no bolso ou bolsa: o celular. Essa tecnologia está sendo usada para ofertar promoções e serviços do mundo real. E, por incrível que pareça, tem feito diferença.

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    Uma promoção utilizando essa tecnologia chegou a levar cerca de 20 mil pessoas aos pontos de venda de uma rede de supermercados. No case citado, a geolocalização faz publicidade de ofertas de bens e serviços e foi desenvolvida pela empresa In loco Media, que faz parte do Porto Digital e tem sua sede num dos prédios localizados em frente ao Marco Zero, no Bairro do Recife.

    “A gente percebeu que nossa tecnologia seria capaz de trazer para o varejo físico a inteligência que até então só era possível no e-commerce, como saber quantas pessoas entraram no site, o que fizeram lá, o que colocou no carrinho. Para isso acontecer, precisava colocar a tecnologia no máximo de celulares possível e aí começamos a fazer parcerias com os aplicativos que já tinham usuários”, resume o CEO da In Loco Media, André Ferraz, aos 24 anos.

    Desse modo, a empresa faz a intermediação entre os anunciantes – maioria varejistas – e os desenvolvedores dos aplicativos. Atualmente, a In Loco Media tem 600 aplicativos parceiros utilizados por 60 milhões de usuários e consegue mapear 6 milhões de lojas. Mas como ocorre esse mapeamento dos usuários com as lojas?

    A tecnologia processa as informações de uma série de sensores existentes nos smartphones que conseguem localizar exatamente onde está o usuário, somente enxergando os sensores das redes Wi-Fi, por exemplo. “Se a pessoa visitou uma loja de sapato, entendemos que está interessado em comprar calçados e aí vamos anunciar sapatos ou uma promoção desse produto”, resume André.


    Com somente cinco anos de existência, a In Loco Media já tem como clientes as principais redes de varejo do País como Casas Bahia, Extra, Ponto Frio e Walmart. A meta da empresa é faturar R$ 150 milhões em 2017 e já emprega cerca de 100 pessoas. “Nos dois primeiros anos, foi investimento zero. Era o computador que já tinha e um sócio”, lembra André. O primeiro parceiro que usou essa tecnologia foi um jogo digital em 2014.

    “Entre as inúmeras vantagens proporcionadas pela tecnologia, a geolocalização é a que traz benefícios mais imediatos para ações de varejo, conseguindo impactar clientes das zonas primárias e secundárias das lojas, com ofertas segmentadas e dirigidas a um público delimitado”, afirma o diretor geral de marketing do Walmart Brasil, André Svartman.


    Administradora das marcas Casas Bahia e Pontofrio, a Via Varejo usa o mesmo serviço. “A companhia está continuamente em busca de ações mais assertivas e que impactem o consumidor diretamente em sua jornada de compra, influenciando, assim, sua decisão”, revela o diretor de Marketing da Via Varejo, Othon Vela.

     

    Para ele, a loja física e o mundo online se complementam. “Tanto que o consumidor eventualmente pesquisa no online e acaba comprando na loja e vice-versa”, conta. A companhia vai dar mais um passo no sentido dessa integração com o lançamento: no quarto trimestre deste ano, vai abrir um novo modelo de loja física, sem produtos expostos, num tamanho menor (de até 100 metros quadrados) do que as unidades tradicionais das Casas Bahia e Pontofrio. Ambas têm 12 unidades em Pernambuco.

    Empresa familiar, a Alergo Imune começou a fazer propaganda usando a geolocalização com informações entregues pelo celular há dois meses. “É uma forma de chegar mais próximo de quem está interessado no seu serviço. Percebemos um aumento na quantidade de clientes depois disso”, revela o diretor da empresa, Waldemir Antunes. A firma faz consultas e exames alérgicos, tem seis unidades, sendo duas no Recife.

    GEOLOCALIZAÇÃO

    A geolocalização é o forte do serviço oferecido pelo aplicativo FarmaZap que começou como uma startup incubada no Porto Digital. “Percebemos uma grande diferença entre os preços das farmácia. Então, resolvemos lançar um aplicativo que faz a pesquisa e indica os mais baratos”, conta o diretor do empreendimento Aldo Ferreira. São comparados valores de 100 estabelecimentos. O serviço começou a ser oferecido em novembro e já tem 15,5 mil usuários.

    “A geolocalização é importante, porque dá para saber se a farmácia pode entregar o remédio de graça ou vai cobrar pela entrega. No futuro, servirá para desenhar uma política de estoque da indústria que vê o comportamento de saída dos produtos, programando o quanto vai mandar pra cada loja. Esses dados formam uma inteligência capaz de prever comportamentos de consumo”, acrescenta Aldo.

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