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Previdência privada: no controle do próprio futuro

Procura por previdência privada no país cresceu quase 20% em 2016, indicativo de que brasileiros estão se planejando mais e melhor na crise

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Publicado em 30/08/2017 às 7:00
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Procura por previdência privada no país cresceu quase 20% em 2016, indicativo de que brasileiros estão se planejando mais e melhor na crise - FOTO: Ashlley Melo/JC360
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Em tempos de incertezas sobre aposentadoria, muita gente tem arregaçado as mangas e feito o próprio planejamento do futuro, sem depender das contas públicas. O receio do brasileiro vem junto com a proposta de mudança nas regras da aposentadoria, projeto que ainda está em debate no Congresso. Ele determina idade mínima para se aposentar, 65 para homens, 62 para mulheres, além da obrigatoriedade de ter 25 anos de tempo mínimo de serviço.

Essa incerteza fez com que o técnico judiciário Rogério Torres de Moura, de 46 anos, observasse como é fundamental estar precavido. Ele, então, começou a se planejar mais e melhor para a aposentadoria. “Você é obrigado a pensar um pouco no futuro. Pela situação da economia e da política do país, é uma incerteza muito grande”, afirma.

Há pouco menos de 12 anos, ele começou a investir em previdência privada. “Como poupança é uma coisa muito aquém, fica sempre empatando e até perdendo para a inflação, a gente tem que direcionar as sobras para um investimento com retorno e segurança”, diz.

A previdência privada serve como alternativa para quem não quer depender exclusivamente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Por ser funcionário público, Rogério optou por fazer esse investimento junto à cooperativa Sicredi Pernambucred - a procura pela previdência privada da instituição aumentou 32% no ano passado, seguindo uma tendência nacional, em que investimentos desta natureza cresceram 19,93% também em 2016, segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprev). “O crescimento foi muito grande tendo em vista a insegurança que a aposentadoria pública está oferecendo”, explica o presidente executivo da cooperativa Sicredi Pernambucred, Giovanni Prado.

Além do próprio futuro, Rogério pensa no futuro dos filhos enquanto investe em um plano de previdência privada

“Ela existe no mercado para que você tenha uma poupança que garanta o futuro, para quando se aposentar ter a mesma qualidade de vida”, explica Giovanni. Ao contrário do que muita gente pensa, fazer uma previdência não é só para quem tem muito dinheiro. O menor valor de pagamento mensal é de R$ 100 e os aportes podem ter valores variáveis, de acordo com a necessidade. “A melhor estratégia é que você comece cedo e, mensalmente, vá aportando capitais. Você pode também fazer aportes esporádicos. Não é somente para quem é rico ou para quem tem salário alto. Qualquer pessoa pode fazer e é interessante que faça”, continua o presidente.

Como funcionário público, Rogério tem a garantia de receber o salário integral durante a aposentadoria, mas para ficar tranquilo mesmo, só com a previdência privada. “Eu posso ter o direito hoje, mas no futuro perder essa expectativa de direito”, diz. “Ainda não tenho planos definidos para o momento da aposentadoria, apenas essa determinação de fazer reserva para investir em algo ou ter um colchão financeiro. Tenho uma filha de 8 anos, então o investimento também foi feito pensando na escola, na faculdade, assegurar que ela e outros eventuais filhos que eu venha a ter se desenvolvam, estudem, façam intercâmbio”, conclui.

Presidente executivo da cooperativa de crédito Sicredi Pernambucred, Giovanni Prado defende que um plano de previdência privada não é somente para quem tem altos salários

Simulação

A conta é mais ou menos assim: é preciso saber a idade em que se vai começar a investir em previdência privada, a idade de aposentadoria e quanto se deseja receber mensalmente para saber quanto será necessário contribuir por mês. Ou, sabendo quanto é possível guardar mensalmente, saber quanto se vai receber de salário na aposentadoria complementar. “Hoje a gente pode demonstrar que uma programação financeira em 30 anos de um valor razoavelmente pequeno cresce exponencialmente”, segue Giovanni.

Uma pessoa deu início ao seu plano de previdência aos 20 anos e decide que quer se aposentar aos 60. A contribuição mensal estipulada foi a mínima, R$ 100, pelos próximos 40 anos. A ideia é que ela tenha uma renda mensal vitalícia a partir do momento em que se aposentar. Com a contribuição mensal de R$ 100, ela terá reserva bruta total de R$ 421.923,91, e o valor mensal que ela receberá durante a aposentadoria é de R$ 2.169,24. Se essa mesma pessoa dobrar o investimento mensal, dobra também a estimativa da reserva bruta total e da renda mensal.

“Você pode fazer o resgate de todo capital investido a qualquer momento, mas o ideal é que você veja o dinheiro crescendo e fique mais estimulado a só utilizá-lo no futuro”, conclui Giovanni.

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