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Big Ben tenta fechar acordo com funcionários demitidos em Pernambuco

Proposta da Big Ben prevê pagamento de verbas rescisórias com deságio de 30%

Da editoria de economia
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Publicado em 06/02/2018 às 16:20
Foto: Priscila Buhr/Acervo JC Imagem
Proposta da Big Ben prevê pagamento de verbas rescisórias com deságio de 30% - FOTO: Foto: Priscila Buhr/Acervo JC Imagem
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A Brasil Pharma, empresa detentora da marca Big Ben, está tentando chegar a um acordo com os funcionários demitidos após o fechamento de 64 lojas em Pernambuco. Porém, alguns representantes sindicais questionam a proposta. A empresa quer aplicar uma redução de 30% sobre o valor total das verbas rescisórias e da multa de 40% do FGTS. Para isso, é preciso que 90% das categorias façam a adesão ao acordo. O Sindicato dos Empregados no Comércio de Caruaru (Sindecc) e o Sindicato dos Farmacêuticos do Estado (Sinfarpe) rejeitaram o acordo.

Eles afirmam que a proposta pode trazer prejuízos por causa do deságio. Por exemplo: após a demissão, um funcionário receberia R$ 10 mil de verba rescisória. Com o deságio, só seria pago R$ 7 mil. Além disso, quem concordar não poderá questionar outros pontos do contrato de trabalho, como o pagamento de horas extras.

“O sindicato consultou os funcionários de Caruaru e todos afirmaram que não iriam aceitar o acordo. Se a empresa não apresentar uma contraproposta, vamos iniciar as ações individuais de cada empregado”, comenta a assessora jurídica do Sindecc, Laysa Oliveira, que acompanha 36 vendedores em Caruaru.

Já o Sinfarpe, que representa 200 farmacêuticos demitidos, rejeitou a proposta temporariamente. “A melhor opção é esperar, vamos mandar o valor das verbas rescisórias com e sem o deságio para cada um dos farmacêuticos. Então, eles vão decidir se vão assinar o termo rescisório em outra assembleia”, explica a presidente do Sinfarpe, Veridiana Ribeiro.

Outra questão é referente aos farmacêuticos que atuam como responsáveis técnicos e não foram demitidos. Segundo uma representante da Big Ben que tirou dúvidas na assembleia do Sinfarpe, esses empregados serão demitidos quando o estoque de medicamentos em Pernambuco for transferido, mas não deu previsão.

Tanto o Sindecc quanto o Sinfarpe afirmam que ficaram algumas dúvidas. Uma delas é se o deságio vai incidir sobre o salário de janeiro e quatro meses de FGTS que não foram pagos. “Pelo que está sendo colocado pela empresa, vai ter o deságio sobre esses valores”, diz Veridiana.

O Sindicato dos Empregados no Comércio do Recife (Secr), que representa mais de 750 funcionários, realizou quatro assembleias ontem. No balanço parcial do sindicato, 94 empregados aceitaram a proposta. Mais quatro assembleias serão realizadas hoje. “Nossa preocupação é que o trabalhador receba o dinheiro logo. O processo judicial pode demorar. Mas não estamos induzindo ninguém a aceitar o acordo”, explica o advogado do Secr, Ricardo Araújo. O JC procurou a Brasil Pharma, mas não recebeu retorno até o fechamento da edição.

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