Nesta última sexta-feira (23) de novembro, como já virou costume anual para os brasileiros, estabelecimentos comerciais funcionam em horários especiais para receber o grande fluxo de pessoas que saem de casa em busca das promoções do popular Black Friday. O shopping RioMar, por exemplo, abriu às 6h da manhã, e desde então já apresenta movimentação intensa, com grandes filas e compradores com as mãos carregadas de produtos.
Antes mesmo desse horário, algumas pessoas já se aglomeravam em frente ao shopping para garantir seu espaço. É o caso de Alba Maria, de 53 anos, que chegou às 4h30. Para o grande dia de promoções, ela conta que vinha pesquisando preços e produtos há muito tempo, para saber o que realmente vale a pena comprar. "Desde o ano passado eu queria ter comprado uma TV. Guardei o dinheiro pra comprar agora, na Black Friday, depois de pesquisar. Acho que economizei mais de 500 reais com uma impressora e essa TV", relata.
Inalda Pereira, de 53 anos, é funcionária do shopping e, assim como Alba, afirma que já há um tempo estava de olho nos produtos do seu interesse para checar os preços. "Venho mais pra comprar produtos de higiene, que ficam baratos, e procurar grandes promoções. Muitos dos preços, no fim das contas, são os mesmos de antes. A Black Friday as vezes termina sendo só ilusão se você não está atenta, então compre só o que realmente está valendo a pena", aconselha.
Na impressão de Micaela da Silva, que anualmente aproveita as promoções de novembro, as lojas não parecem estar tão tumultuadas quanto em anos anteriores. Ainda sim, a autônoma, de 25 anos, diz que sempre leva alguém com ela para não perder tanto tempo com filas. "Sempre venho com duas pessoas. Uma vai para as filas, outra vai pegando as coisas que precisa, vendo as promoções. Algumas promoções a gente sabe que não são de verdade, mas geralmente muita coisa vale a pena", conta. "Não tenho medo de me endividar. Sou organizada, é tudo certinho na caneta", garante Micaela.
A quilômetros dali, o Centro da Cidade apresentava menos movimentação nas primeiras horas da promoção. Poucas pessoas com sacolas nas mãos eram vistas em endereços tradicionais como as Ruas Nova, da Palma e da Concórdia, no bairro de Santo Antônio, e a Rua da Imperatriz, no bairro da Boa Vista. No entanto, as lojas de móveis e eletrodomésticos, impulsionadas por promoções e descontos, ficaram lotadas com a busca por geladeiras, fogões e televisões - os ítens mais requisitados.
A dona de casa, Josefa Maria, de 53 anos, decepcionou-se com os preços encontrados. Ela estava em busca de um ferro elétrico, mas não o preço não foi correspondente ao esperado. “Eu vim comprar um ferro. Achava que estava em promoção, mas falaram que era o mesmo preço. Imaginava que era R$30, mas acabou custando R$40”, relata a senhora.
Já para a também dona de casa Janaína Cruz, de 45 anos, as lojas da Área Central foram a oportunidade para comprar os produtos para cabelos mais baratos. “Todo ano eu venho para a Black Friday. E todos os anos eu já venho nas lojas que eu sei que há promoção. Infelizmente, não pude levar tudo que eu queria, porque tinha muita gente já quando eu tinha chegado”, conta, explicando que não pesquisa os preços antes do evento: “Eu já sei a loja certa, né?”, enfatiza.
Previsão de aumento nas vendas
A previsão para este ano é de que o comércio varejista movimente R$ 3,27 bilhões em vendas durante as promoções deste ano, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Se a previsão se confirmar, o aumento será de 2,2% em relação às vendas da mesma data no ano passado, já descontada a inflação.
O mês de novembro no Brasil, até 2010, era considerado fraco pelos varejistas. A partir da difusão da Black Friday no país, houve um pico de vendas que consolidou o "evento". As promoções da data passaram a fazer diferença principalmente nos segmentos de eletroeletrônicos, utilidades domésticas, móveis, eletrodomésticos, livrarias e papelarias.